Apesar de ter ido bem nas bilheterias, "Hitch", a primeira tentativa de Will Smith fazer uma comédia à altura de seu estrelato, é bem mais fraca do que se podia esperar. Use diminutivos e ficará mais perto do resultado: engraçadinho, divertidinho, bobinho.
Para começar, o filme é longo demais para comédia, tem ritmo arrastado e não tem um roteiro muito inteligente nem inovador. A intenção do filme parece ser um "Sex and the City" masculino, mas com censura livre, ou próxima disso. No filme também há o discutível e teatral recurso de o ator falar diretamente para a câmera, mas nem isso é bem aproveitado. O trailer é melhor do que o filme.
Smith é uma figura simpática e carismática, então o fato de o roteiro ser fraco não é bem um obstáculo para ele. Ele faz Hitch, que tem uma profissão absurda e inverossímil: ensina os homens, mas só os bom-caráteres, a conquistar as mulheres, com truques e ciladas.
Seu cliente mais marcante é um executivo (Kevin James, da série "King of Queens") que está apaixonado pela chefe, uma tímida milionária. James é a melhor coisa do filme, criando um bom tipo que deve ser mais bem aproveitado de agora em diante pelo cinema.
O problema do filme é que tudo é à la Hollywood, bonito, chique e absurdo. O herói por exemplo deve ganhar muito dinheiro para morar num apartamento luxuoso em Manhattan e manter o mesmo estilo de vida. A jornalista de fofocas também deve ter um salário enorme para ter aquela espécie de loft.
Mas, como é fantasia, o que se devia esperar era algo mais criativo e original do que meras piadinhas de comédia romântica, principalmente quando ele tenta conquistar em vão uma jornalista latina (a fraca cubana Eva Mendes é um problema; não é Jennifer Lopez, embora tenha também um traseiro proeminente).
Edição em DVD traz erros de gravação, cenas excluídas, clipe de "Thing" de Amerie, trailers e making of.