Identidade (2003)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Se você está afim de um thriller de suspense, com um elenco interessante, uma trama curiosa e um final inesperado, pode tentar este "Identidade". Está longe de ser algo memorável e essa resolução pode ser até mesmo discutível. Mas é uma fita a que se assiste com atenção, por vezes certa tensão.

E mesmo a impressão de que seria apenas uma variação de "O Caso dos Dez Negrinhos" ou "Assassinato no Orient Express", ambos de Agatha Christie, não chega bem a acontecer. Dirigido por um cineasta vindo do cinema independente, James Mangold ("Cop Land"; "Garota Interrompida"; "Kate & Leopold"), baseado num roteiro de Michael Cooney (que escreveu "Jack Frost" e outros textos de suspense), o filme é estrelado pelo sempre competente, mas nunca brilhante, John Cusack, acompanhado por, dentre outros, Alfred Molina, Rebecca de Mornay e o protegido do diretor e esquisito Pruitt Taylor Vince.

Durante uma noite de tempestade que inundou e interrompeu a passagem por uma velha estrada, todos se reúnem por acaso num motel decrépito (como pensar num motel sem lembrar de "Psicose" e Norman Bates?). São dez pessoas que não se conhecem. Mas, aos poucos, elas começam a ser assassinadas uma a uma, no que parece ser algum tipo de ordem ou critério. Mas qual? E quem está matando? E, para complicar, há ainda a história de um assassino (o sinistro Pruitt) que foi condenado por alguns crimes terríveis e agora os advogados estão reunidos, porque sua execução poderá ser adiada por causa de um detalhe técnico. E seu psiquiatra (Molina) vem em sua defesa.

A surpresa pretendeu ser tão grande que vários finais teriam sido rodados para manter o segredo da história. O poema citado no filme é realmente de Hughes Mearns. O que deu resultado, já que a fita fez uma carreira decente nas bilheterias (por volta de US$ 50 milhões). Não acho necessário entrar mais em detalhes, sobre os personagens e situações. Basta dizer que o final não irá decepcionar, fazendo você revalorizar tudo que foi mostrado antes. Ou seja, vai gerar discussões. Vale dar uma olhada no filme.