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Ficha completa do filme

Animação

Irmão Urso (2003)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
Irmão Urso

Esse debate que existe entre a preferência pela animação por computador ou pela tradicional é algo que só existe na cabeça da imprensa, e talvez na da indústria. Não do público, que pouco está ligando para isso. Ele quer é se divertir, não importa a origem ou técnica. Tem que agradar. E o que tem sucedido apenas é que o filme animado à lápis tem tido mais dificuldade em se renovar, em vir com temas mais atuais. Talvez pela própria dificuldade de realização (levam no mínimo três anos para ficarem prontas).

Portanto, não interessa como foi feito este "Irmão Urso", o que importa é se ele funciona. E a resposta não é tão definitiva assim. Não é um desastre, nem foi um grande sucesso de bilheteria. Fica num meio termo, o que é, na verdade, o que o filme merece. Não é nem uma obra-prima, nem um erro total. O maior problema é sua primeira meia hora, longa demais, que perde um tempo enorme contando uma história politicamente correta sobre três irmãos nativo-americanos (índios) que recebem seus totens tribais. Um deles, Kenai (Joaquin Phoenix, no original, Selton Mello na versão nacional), acaba provocando acidentalmente a morte do irmão mais velho.

Inconformado, ele vai atrás do urso que, de certa forma, provocou a tragédia, mas miraculosamente ele próprio é transformado em urso falante (comunica-se com outros animais, mas não com humanos). Ainda que muito mal-humorado, ele acaba tendo que cuidar de um outro ursinho menor e órfão. O resto do filme é sobre a viagem de volta para à Montanha Mágica, entremeada de canções de Phil Collins (especialmente fracas, chatas e sem graça). E no final temos a mensagem bastante adequada, mostrando que tudo tem sempre outro ponto de vista, que é preciso proteger e compreender os animais, que vingança não é a melhor política.

Ou seja, a moral apropriada para uma fábula da Disney. A realização, porém, é medíocre, sem um momento de maior brilho (nem mesmo uma fuga por geleira e por um terreno vulcânico). Por vezes lembra o desenho "Spirit - O Corcel Indomável" (que era tecnicamente superior). Resta um ou outro momento mais divertido, em geral graças às aparições de dois alces, cujas vozes no Brasil são de Marco Nanini e Luiz Fernando Guimarães (no original, eram de Rick Moranis e Dave Thomas). Inclusive nos letreiros finais.

Mas fica-se querendo mais. Se o filme todo tivesse esse tom ou personagens tão interessantes, o resultado teria sido bem melhor.

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