JCVD (2008)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema 01/09/2009

Nota: 4

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Provavelmente o melhor filme de toda a carreira do astro belga de filmes de ação, que co-produziu este interessante exercício em meta-linguagem, interpretando a si mesmo (e fazendo referências sinceras a seus problemas de todos os tipos, sua mágoa com o diretor John Woo, com a esposa que ficou com a guarda dos filhos, aos agentes que não lhe conseguem bons papéis em filmes de estúdio).

A intenção é confundir o que é real e o que é imaginário, numa narrativa com surpresas. Van Damme assume sua idade, suas rugas, seus pecados e defeitos ao mesmo tempo que inventam uma situação possível mas não verdadeira: o que poderia acontecer se por acaso ele fosse tomado como refém num assalto e confundido com os criminosos. Começa de maneira brilhante, num plano-seqüência de um filme de ação que ele estaria rodando para um desinteressado diretor oriental e que dá errado justamente no plano final.

Depois de atender fãs, ele se envolve no caso, o que é contado de forma não linear. Acaba sendo ao mesmo tempo um exercício em auto-análise, auto-punição, egocentrismo, uma análise das armadilhas da fama, que resulta inesperadamente convincente. Embora bem recebido pela critica, sendo exibido em circuito de arte nos EUA, não conseguiu reabilitar o ator que continua preso aos filmes B. Traz duas cenas, uma prolongada, outra inédita.