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Ficha completa do filme

Drama

K-Pax - O Caminho da Luz (2002)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
K-Pax - O Caminho da Luz

Não tenho especial simpatia por filmes que são feitos em cima de temas que não podem ser explicados. Explico: este é um filme onde se debate se determinada pessoa é ou não um extraterrestre. Obviamente, não se pode dar uma resposta conclusiva, já que não é um fato ainda cientificamente comprovado.

Portanto, qualquer que seja o filme terá de ter: 1) uma conclusão aberta e dúbia; 2) sua repercussão vai depender da convicção particular de cada um. Quem acredita na existência de extraterrestres (ainda que sejam tão fofos quanto o "E.T." de Spielberg) será obviamente mais receptivo à fita. Ainda sempre caberá a galhofa ou a piada como saída para criticá-lo.

Fracasso nos EUA (talvez também por ter sido lançado próximo a 11 de setembro de 2001), este filme do inglês Iain Softley parece ter sido inspirado em texto teatral. Ao menos assim é toda sua estrutura. O filme é uma série de confrontos entre a ciência e a dúvida. Será que ele é mesmo um ser de outro planeta, ou poderia ser uma espécie de guia espiritual? O médico, não convencido, o hipnotiza e o faz revelar certos detalhes que podem ajudar a solucionar o caso. Basta dizer que a situação é bastante bem resolvida.

Esse é o maior mérito do roteiro de Charles Leavitt, baseado em livro de Gene Brewer. Nunca emburrece nem menospreza o espectador. Não é uma fita de efeitos especiais ou grandes sacadas. É praticamente em cima dos dois atores, com umas poucas intervenções alheias (a ótima Alfre Woodward pouco tem a fazer como diretora do lugar; os pacientes são pouco mais que um coro que repercute o que está sucedendo; a família de Bridges é para dar contraponto).

O fato de Bridges já ter feito "Starman" (onde era um ET) e "O Pescador de Ilusões" ("The Fisher King", onde cuidava de Robin Williams, que tinha ilusões e fantasias semelhantes) só aumenta as dimensões de sua presença. Sem ser um filme extraordinário, está longe de ser o desastre apregoado. É daquelas fitas que aquecem o coração, fazem as pessoas sentir-se bem e, no mínimo, se pode apreciar mais outra grande interpretação de Kevin Spacey. Um detalhe: quem tiver paciência de esperar o fim dos letreiros verá umaceninha a mais (mas que não esclarece muito mais).

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