Lanceiros da Índia (1935)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Aventura clássica da Paramount, grande sucesso do estúdio e de Gary Cooper (1901-61), então já um grande astro. É mais uma daquelas histórias louvando o imperialismo britânico em oposição ao primitivismo indiano, que envelheceram politicamente incorretas e hoje incomodam a algumas pessoas.

Mas o diretor Henry Hathaway (1898-1985) era um mestre em filmes de ação e nos faz esquecer disso (e do sentimentalismo da história) tornando tudo movimentado, excitante e com muito humor.

É um conto de camaradagem britânica, no estilo de "Kipling", em que um oficial veterano meio rebelde (Cooper, de bigodinho) protege e orienta dois novatos, um cínico e gozador (Franchot Tone), outro bem jovem e amargurado pela aparente indiferença do pai coronel (Richard Cromwell).

O filme é habilidoso em dosar a ação e o humor (fazendo piada até com a tortura sofrida pelos heróis) e tem um roteiro bem construído, com o clímax na fortaleza do chefe rebelde indiano que eles combatem. Aventura de primeira linha que ainda funciona bem.

Parte das cenas da Índia foi filmada pelo cineasta-aventureiro Ernest B. Schoedsack (1893-1979), de "King Kong". Foi indicada aos Oscars de Filme, Direção, Roteiro, Montagem, Direção de Arte e Som (ganhou na categoria hoje extinta de Diretor-Assistente). C

onsta que era o filme predileto de Adolf Hitler. Deu origem a uma série de tevê, "Lanceiros de Bengala", que foi das primeiras a sair no Brasil dublada.