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Ficha completa do filme

Aventura

Lara Croft: A Origem da Vida (2003)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 2
Lara Croft: A Origem da Vida

Foi total fracasso de bilheteria este segundo filme com a heroína Lara Croft (a desculpa oficial foi que o personagem de videogame já tinha caído de moda). Não há desculpa para o diretor Jan de Bont ("Twister") ter voltado ao cinema numa aventura tão fraca, que consegue ser ainda menos convincente do que a anterior (eu fui dos poucos que não se decepcionou com o primeiro até porque não esperava nada, já que não sou fã nem consumidor de videogame. Acho interessante haver uma heroína feminina com a força, a agilidade, a iniciativa e a temeridade de Lara Croft).

Embora todos envolvidos tenham admitido que o primeiro filme foi fraco e afirmarem terem corrigido as falhas, não é o que se vê na tela. Angelina raramente esteve tão bonita antes (mas toda sua imagem sofreu um banho de computador de forma que lhe limparam as inúmeras tatuagens e lhe transformaram o rosto, deixando-a mais oriental). Ela até tem um ar misterioso, fala baixo e procura dar sotaque inglês à personagem, mas nada ajuda.

Já começa mal, mostrando um terremoto na Grécia que, Deus sabe lá como, desenterra um templo de Alexandre, o Grande (que era macedônio e não exatamente grego, como diz o diálogo do filme). A construção esconde uma misteriosa bola que, por raciocínio extremamente vago, se liga a um mito que deu origem à Caixa de Pandora (há um desmoronamento e Lara escapa, se segurando num tubarão).

Dali em diante, é difícil levar alguma coisa a sério (mas também não chega a ter o bom humor e a alegria de um James Bond. O filme vai noutro tom). Depois, entra na história um vilão completamente canastrão, um cientista louco, Jonathan Reiss (Ciarán Hinds), que quer abrir a caixa e provocar uma praga mundial (mas de que vale dominar o mundo se um vírus ou doença o tornasse inabitável? São besteiras como essa que tornam o filme irritante).

O serviço secreto inglês manda Lara para a África, onde ela encontra um ex-namorado, Terry Sheridan (o fraco Butler que estrela o novo "Fantasma da Ópera"), que ela tem de decidir se é traidor ou não. A história degringola quando muda para Hong Kong (onde ao menos há cenas de ação que lembram os filmes chineses locais) e, finalmente, para a África - as seqüências são ainda mais inconsistentes e absurdas. Ali, ela se perde totalmente com o ataque inexplicável de umas criaturas de fazer inveja ao Hulk. É pior que o primeiro e provavelmente não teremos um terceiro capítulo.

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