Léolo (1992)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 5

Segundo longa do talentoso Jean-Claude Lauzon (1953- 1997) se parece uma autobiografia. Concorreu no Festival de Cannes e revelou uma visão original e interessante, porém interrompida bruscamente pela morte do diretor quando ele preparava seu terceiro filme. Anteriormente, tinha feito o também incomum "Un Zôo La Nuit" (1987) e um curta em 1981.

É difícil não se envolver com esta história, narrada por um garoto de Montreal (o diretor é natural de Quebec) que vive numa casa muito pobre e não se conforma em conviver com a família excêntrica e meio demente. O avô senil, o irmão halterofilista e pouco inteligente, os pais em busca de um tesouro.

A narrativa é onírica (ele já adianta: "porque eu sonho, não sou") e o ponto forte é o desejo inusitado do garoto, que quer ser italiano e chamado de Léolo (segundo ele, a mãe teria sido impregnada por um tomate com esperma de italiano).

Surrealista, um tanto escatológico, poético e comovente. É uma pequena obra-prima de um talento desperdiçado. Ganhou prêmios em Fantasporto e no Canadá.