Lucía e o Sexo (2001)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 5

Um dos melhores filmes dos últimos anos. Dirigido por Julio Medem (que fez os talentosos "Terra" e "Amantes do Círculo Polar"), faz lembrar um pouco os trabalhos de Almodóvar, em particular "Fale com Ela", que é com a mesma atriz, a bela Paz Vega, e também Javier Cámara, que faz o papel de Pepe, o empresário amigo do escritor. Este é daqueles filmes difíceis de descrever.

Feito em digital, o filme tem cenas quase explícitas, ou meio explícitas. É basicamente uma história complexa, altamente poética, estilizada, apaixonada, sobre algumas vidas que se cruzam. A heroína é Lucía, uma garçonete de restaurante (a comida é o traço de união entre todos) que vive há muito tempo com um escritor em crise, que esconde um segredo que tem a ver com um encontro amoroso na água, no mar de uma ilha, com uma cozinheira (que aparece no prólogo).

Quando ele aparentemente morre, ela vai se refugiar na ilha, e se esconde numa hospedaria onde ocorrem algumas coincidências (melhor não revelá-las). E surpresas e mais encontros amorosos, que envolvem Internet, uma ex-estrela de filmes pornográficos, seu marido, sua filha que é babá e outras coisas. O interessante é que o filme vai se cristalizando aos poucos, cheio de meandros e buracos, o que prefiro deixar para vocês entenderem depois.

Realmente a fita desafia a mera descrição. É para ser sentida mais que explicada. E a recomendo com entusiasmo, obviamente não para o simples passatempo. A capinha erra ao dizer que o formato de tela é full/padrão (na verdade é widescreen letterbox).