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Ficha completa do filme

Drama

Não Estou Lá (2007)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3

Está claro que ainda é possível se fazer projetos de vanguarda como este, nada comercial, e ainda assim ser capaz de atrair meia dúzia de atores famosos e de muito prestigio. Mérito do diretor Todd Haynes, que leva uma carreira singular: assumiu sua homossexualidade na sua estréia, "Veneno" (Poison, 1991); fez fitas esquisita como "A Salvo", com Julianne Moore, e "Velvet Goldmine", com Christian Bale e Ewan MacGregor; e conseguiu repercussão no Oscar com "Longe do Paraíso" (2002).

Numa escolha radical, faz aqui um filme sobre a vida e obra de Bob Dylan, sempre prevenindo que não é uma biografia convencional. São impressões sobre um artista popular de notável influência nos Estados Unidos por mais de 40 anos.

A idéia do diretor foi chamar diferentes atores para viver Dylan em momentos diversos de sua vida, chegando ao ápice de usar uma criança negra (Marcus) e mesmo uma mulher - Cate Blanchett, vencedora como melhor atriz em Veneza e indicada ao Oscar de coadjuvante pela precisão com que conseguiu capturar alguns aspectos de Dylan sem deixar cair na imitação ou caricatura. Outros que demonstram facetas de Dylan são Richard Gere, Ben Whishaw, Heath Ledger e Christian Bale, o Batman.

Apesar do ar inovador, a condução é mais cheia de truques do que realmente grandes sacadas. Fica solto no ar, ainda mais para quem não conhece profundamente a obra de Dylan. Mas é uma produção que já foi chamado de idiossincrático cubista e audaciosa, já que cada episódio com novo ator é feito num estilo diferente de narrativa.

No início, Dylan é um menino negro que começa a carreira musical como um imitador de Woody Guthrie, com pretensões a Rimbaud. Depois vira Jack (Bale) no Village de Nova York, se torna Robbie (Heath) quando se faz "Grain of Sand", uma espécie de documentário sobre ele, com amigos dando entrevistas para a câmera.

É quando entra Cate como Jude representando a época em que o astro pop fez o filme "Don´t Look Back". E mais tarde surge o recluso Billy, dos tempos em que fez o faroeste "Pat Garrett e Billy the Kid" com Peckinpah. Ou seja, é um caso de amar ou odiar. Com mais chances de você ficar na segunda categoria.

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