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Ficha completa do filme

Drama, Guerra

Napoleão (1927)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 5
Napoleão

Apesar de celebrado em menor escala que Griffith ou Eisenstein, o francês Abel Gance (1889-1981) foi também um dos pioneiros do cinema, um mestre repleto de inventividade e vontade de experimentar. Sua carreira é julgada essencialmente apenas por sua obra-prima, essa ambiciosa biografia de Napoleão, que vai até o primeiro grande triunfo do imperador, sua campanha na Itália.

Mística e reverente, a obra é muito ajudada pela magnética atuação de Albert Dieudonné (1889-1976), que foi tão afetado pelo papel que depois só o repetiria, dando palestras sobre Napoleão e por fim tendo alucinações em que se tornava o próprio imperador!

Mas é mesmo pelo virtuosismo técnico do filme que Gance entrou para a história usando fusões e sobreposições de imagens, câmera ágil (por vezes na mão ou pendurada para dar rasantes sobre a ação), montagem dinâmica e criativa, uma iluminação dramática, numa técnica sempre em favor da narrativa e não gratuitamente. Traz ainda a lendária tela tríplice, pré-Cinerama e Cinemascope, que Gance batizou de Polyvision, com três imagens captadas por câmeras diferentes projetadas lado a lado, proporcionando um efeito de widescreen.

O próprio Gance interpreta o sanguinário Saint-Just e o poeta Antonin Artaud faz Marat. Cheio de 'high lights' - a guerra infantil de bolas de neve, a batalha de Toulon ou a Revolução durante o Terror -, o filme ainda impressiona, principalmente por trazer a excelente versão (das 19 diferentes montadas desde o lançamento) restaurada em 1981, após duas décadas de trabalho, pelo historiador Kevin Brownlow, com seqüências tingidas a cores e trilha musical de Carmine Coppola.

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