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Ficha completa do filme

Ficção Científica

Nêmesis (2002)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 2
Nêmesis

Sai em DVD sem o nome "Star Trek" que precedia Nêmesis. Dificil explicar o fenomenal fracasso deste décimo longa-metragem da série "Jornada nas Estrelas/ Star Trek". Ao custo de 70 milhões de dólares, não ultrapassou os 42 milhões nos EUA, não se sabe bem o porquê. Dizem que cometeu o erro de enfrentar de frente "O Senhor dos Anéis: As Duas Torres". E que teria desagradado os fãs da série, mas mesmo assim isso não justifica a bilheteria tão fraca (se bem que o anterior também tivesse ficado na média de 50 milhões e para mim, era inferior a este). Isso derruba o mito dos trekkies de que os filmes pares da série seriam melhores e mais bem sucedidos dos que os ímpares.

Na verdade, a Paramount já parecia desanimada com a franquia, tanto que o slogan, a tag-line do filme já ia anunciando "A jornada final de uma Geração começa", claramente anunciando que os personagens e elenco da chamada Nova Geração do Star Trek estava ficando cansada ou cara demais. Seria o momento de substituí-la por outra mais nova de séries derivativas (ainda que nenhuma delas tenha tido o mesmo impacto).

O fato é que mesmo os fãs, os trekkies (embora eu seja membro honorário do fã clube não me considero um entendido no assunto o suficiente para ter opiniões definitivas sobre o tema) tem declarado sua irritação com a fita por causa de "falhas de lógica na trama, inconsistências dentro da própria história e também dentro da História do Trek, a falta de continuidade dentro da série, a falta de bom senso no roteiro.

Confesso que não fui tão radical. Para mim, o filme é médio e o diretor Stuart Baird, que é ex-montador, demonstrou falta de controle nas cenas mais dramáticas. É alguém que escolheu Tom Hardy para fazer o vilão clone chamado Praetor Shinzonerrou, porque o ator é fraco, nem se parece muito com Paul Stewart e não tem maior carisma. Os outros membros da tripulação têm muito pouco a fazer (principalmente Jonathan Frakes como Riker, que parece gordo e pesado, aliás todo mundo parece envelhecido demais). Isso é grave quando se trata de Data, no caso Brent Spiner, que já que é robô não poderia envelhecer tão visivelmente como na fita (Spiner aparentemente não queria fazer o filme, vai ver por isso lhe deram uma canção onde demonstra que também é ator da Broadway).

Mas em momento nenhum o filme me aborreceu ou incomodou, até me diverti revendo aparições rápidas de Whoopi Goldberg, Will Wheaton, do diretor de "X-Men" Bryan Singer, Michelle Forbes, Kate Mulgrew (mas ainda acho estranho Geordi, Le Var Burton aparecer sem aquela viseira dos primeiros filmes). Não consegui reconhecer Ron Perlman todo maquiado como o Viceroy. A história é média. O confronto dos sósias (nem tanto) não chega a ser muito interessante, até porque há uma trama paralela com Data encontrando também um outro robô que era parecido com ele mas de fabricação anterior (e que é usado como isca).

As batalhas espaciais são as de costume (e todo mundo se agarra nas cadeiras para não cair enquanto o cenário balança), a direção de arte é irregular como sempre e a tão falada atmosfera dark deste capítulo não chega a marcar. Ou seja, para o espectador normal o filme é apenas uma aventura de rotina, que não chega a incomodar. Vai ver simplesmente a moda está acabando e o filme está levandoa culpa. O fato é que outro, dificilmente vai acontecer. Ao menos com esta Geração e na tela grande.

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