New York, New York (1977)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Mal sucedida tentativa de Scorsese em tentar fazer um musical à moda antiga, dos anos 40. Ele que ganhou finalmente o Oscar de Melhor Diretor em 2007 por "Os Infiltrados", estava no auge do romance com Liza e do consumo de drogas, e se perdeu na tentativa de improvisar os diálogos e situações, perdendo-se a estrutura de uma história que já não era grande coisa.

Estourou o orçamento, não consegui química entre a dupla central e cometeu erros como cortar o único grande big production number (o chamado Happy Endings), que depois foi obrigado a restaurar (e chegou até a voltar aos cinemas brasileiros só com isso a mais).

Outro equívoco é o final prolongado e anti-climático. Para se ter idéia do problema, não fizeram sucesso nem foram indicadas ao Oscar as boas canções que John Kander fez para Liza. Nem mesmo ficou famosa a música tema "New York, New York", que só pegaria com Sinatra, anos depois.

Foi ignorado pelos Oscars, mas indicado ao Globo de Ouro (como Musical, Ator, Atriz e Canção). Realmente tem uma história enrolada e confusa, descrita por Scorsese como um filme noir musical, já que tinha na primeira montagem quatro horas e meia (saiu com 153 até chegar a atual, que é considerada versão do diretor).

Rodado em estúdios dos musicais antigos, com Liza aproveitando roupas e o cabeleireiro da mãe, Judy Garland. "And the World Goes Around" é o único numero gravado ao vivo. Curiosamente houve outra canção tema que De Niro rejeitou e obrigou os autores Kander e Ebb a fazer nova, que acabou virando clássica.