Superprodução da Fox, com excelentes efeitos especiais, uma espécie de resposta do estúdio ao grande sucesso da Metro do ano anterior, o similar "São Francisco, Cidade do Pecado" ("San Francisco", 1936).
Ao invés de um terremoto, aqui o clímax é o grande incêndio de Chicago de 1871, que emoldura a história de uma família de ascendentes imigrantes irlandeses liderada por Alice Brady (em papel que lhe rendeu um Oscar de Atriz Coadjuvante), cujos dois filhos mais velhos, um politiqueiro e inescrupuloso (Tyrone Power) e o outro honesto e idealista (Don Ameche), entram em conflito sobre o futuro da cidade, em especial ao destino a ser dado ao decadente bairro pobre de onde vieram.
Uma mistura de drama, western e musical (com as canções a cargo de Alice Faye), com a direção sempre impecável do grande artesão Henry King (1886-1982). O sucesso do filme transformou Tyrone, que faz um personagem antipático e fora do padrão de galã, em astro do estúdio.
O papel, curiosamente, seria feito pelo protagonista de "São Francisco", o então mega-astro Clark Gable, que a Fox pretendia pedir emprestado da Metro junto com Jean Harlow para o filme, em troca de ceder Shirley Temple para estrelar "O Mágico de Oz". Quando Harlow morreu subitamente, todo o acordo foi esquecido, favorecendo Tyrone.
Outra curiosidade: Alice Brady não estava presente na entrega do Oscar, mas ao seu prêmio ser anunciado, um homem subiu ao palco e recebeu em seu nome a estatueta... que, junto com o desconhecido, nunca mais foi vista após a festa.
Alice era mais famosa no teatro, fez também "My Man Godfrey" e morreu com apenas 46 anos de câncer. Foi indicado ainda a Melhor Filme, Trilha Musical, Roteiro original e Som, e Robert Webb ganhou também (no último ano em que a categoria existiu) como Diretor-assistente.