Este foi o filme que provocou a descoberta de Bergman no Brasil, quando foi exibido durante o Festival do Quarto Centenário de São Paulo (principalmente pelo crítico Rubem Biáfora e o cineasta Walter Hugo Khouri, que foram os primeiros do mundo a chamar a atenção do talento do realizador que só no ano seguinte começaria a ser consagrado na Europa).
Muito diferente dos filmes posteriores, ainda mais densos e polêmicos, este é um drama expressionista que hoje nos parece irregular. Começa de uma maneira muito estranha, com uma mulher do circo contando a história da esposa do palhaço que certa vez foi se banhar nua junto com dezenas de soldados (que treinavam com canhões em dia de verão na praia). E que o marido foi buscá-la, carregando-a nua pela estrada.
Tudo isso como se fosse cinema mudo e com pouca relação com o resto do filme, que faz um paralelo com dois tipos de performances, o pessoal do teatro que faz arte e o circo que faz artifício. Só vemos o picadeiro e detalhes da performance ao final já que o interesse do filme é mostrar o casal central que vive na sua infelicidade compartilhada.
Foi o primeiro trabalho de Bergman com o fotógrafo Sven Nykvist que seria seu eterno parceiro. Lançado nos EUA como filme erótico com o nome de "Naked Night" (depois virou "Sawdust and Tinsel").
Muita gente o descreve como um pesadelo, um drama sobre a humilhação, a falta de perspectivas para o ser humano. De qualquer forma, de mais fácil assimilação, não chega a ter o impacto dos filmes posteriores do diretor.