O Caldeirão Mágico (1985)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

Vigésimo quinto longa-metragem de animação da Disney. Se não é o pior, é sem dúvida o mais obscuro de todos. Mesmo com a desculpa de ter sido feito durante um período "negro" do estúdio, que tecnicamente estava acima da concorrência. Naquele momento, tinha sido o desenho mais caro já feito. Foi grande fracasso de bilheteria (ganhou classificação PG da censura americana, ou seja, estavam mesmo apostando nos mais grandinhos) e o último da Disney a ser lançado comercialmente em home video (o estúdio o guardou por quase 15 anos).

Dos clássicos Disney, lembra vagamente "A Espada era Lei", só que sem personagens fofinhos nem um protagonista cativante. Além de tudo, o enrredo sombrio foi uma escolha infeliz (baseado na série de livros "The Chronicles of Prydain" do escritor americano Lloyd Alexander, que por sua vez se inspirou na mitologia galesa).

Na época, eles resolveram revalorizar o gênero por causa do sucesso de "Star Wars" e das declarações dadas por George Lucas. Mas o vilão Rei de Chifres (voz de John Hurt), com seu exército de soldados mortos, é assustador demais. Parece uma mistura do Esqueleto de "He-Man", com Mumm-Ra de "Thundercats" e o Sauron de "O Senhor dos Anéis".

Aliás, a obra de Tolkien certamente foi uma das maiores fontes de inspiração - a "Fortaleza do Mal" também é bastante semelhante. É dos raros filmes da Disney que não é musical (depois dele somente os recentes "Atlantis" e "Planeta do Tesouro"). Mas tem trilha do consagrado Elmer Bernstein ("Sete Homens e um Destino"). Ainda assim vale uma conferida para constatar que até mesmo a Disney já errou feio.

Um fato curioso é que o diretor Tim Burton ("Batman", "Edward Mãos de Tesoura"), era da equipe de animadores (trabalhava em desenho de produção), e foi descoberto aqui, por uma executiva dos estúdios.