O Capitão Corelli (2000)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

De Nicolas Cage a gente já desistiu. É provavelmente o piordos canastrões atuais, ao menos dos premiados com o Oscar. Cada vez menos sensível, mais exagerado, menos convincente, ainda mais quando insiste em interpretar um italiano. De Penelope Cruz não temos a menor esperança, nem mesmo ela sendo a atual namorada de Tom Cruise. Mas ninguém realmente consegue escapar ileso deste desastre, que ainda é mais grave porque é o primeiro filme do inglês John Maden depois do sucesso de "Shakespeare Apaixonado".

É baseado num livro best-seller (de 1994, escrito por um ex-professor). A Grécia continua linda, mas o filme é tão sonso, tão inconvincente que só sai ganhando mesmo o turismo na ilha grega da Cefalônia. Um detalhe importante, Madden assumiu o projeto quando o diretor previsto Roger Michell ("Notting Hill") sofreu um enfarto e ficou impossibilitado de rodar em maio de 2000.

O elenco já estava escalado e não houve muito que pudesse fazer. Não deveria então ter aceito (o amor do casal jamais convence, pela falta de química entre eles). Mas bem que poderia ter tomado algumas decisões para melhorar o resultado, por exemplo a confusão de sotaques Cage (que é Coppola de nascimento) fala um italianado ridículo, Penelope como sempre não se preocupa com isso continua espanhola interpretando personagens de qualquer nacionalidade. Quem tenta um sotaque grego forte é o inglês Christian Bale (enquanto a veterana e única atriz grega importante na fita, Irene Papas, só olha, aliás seu forte, quase não fala).

É uma enorme Babel o que não ajuda nada esta história que já tem um problema grave, que é o de misturar fatos extremamente trágicose reais como uma história de amor improvável. O fato é que nenhuma dessas situações é especialmente bem feita ou enfatizada, as cenas de guerra são falsas e óbvias, a do terremoto rápida demais. Toda a parte final parece apressada e ainda mais mal resolvida. Parece que a fita só se preocupou em deixar marcado o lado romântico, com a trilha musical insistente e a fotografia muito bem cuidada. O fracasso do filme em toda parte é mais do que justificado e explicado. Lamentável.