Na irregular carreira do cineasta alemão Wim Wenders, este é um dos pontos baixos e menos bem-sucedidos. Talvez porque não seja um projeto pessoal dele. De início era para ser apenas um documentário encomendado sobre Lisboa, ao qual Wenders acabou agregando um tênue enredo.
O filme narra as aventuras de um sonoplasta meio cômico (o alemão Rüdiger Vogler) que vai à cidade atendendo o chamado de um amigo diretor para sonorizar seu filme. Mas ao chegar lá não encontra o sujeito e vai se envolvendo com o ambiente, em especial com a sonoridade do lugar. Ele se relaciona com um grupo de crianças e tem um flerte com a cantora Teresa Salgueiro, do grupo Madredeus, que aparece com freqüência interpretando várias canções. Mas nem o personagem nem o espírito da cidade são aprofundados e o filme resulta mais simpático, bonito e turístico do que cativante.
O desfecho é desajeitado, até um pouco pretensioso, louvando a magia do cinema. O veteraníssimo cineasta português Manoel de Oliveira também aparece no filme, dizendo um monólogo que é enxertado à força na trama.