UOL Entretenimento Cinema

Ficha completa do filme

Ação

O Clã das Adagas Voadoras (2004)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 5

Ao contrário de parte da crítica brasileira, eu ainda prefiro o filme anterior do diretor Zhang Yimou, "Herói", de 2002, a este "O Clã das Adagas Voadoras". Mas considero essa nova aventura de excelente qualidade, grande poesia e beleza plástica.

A verdade é que "O Clã das Adagas Voadoras" é um filme mais linear, com uma trama bem mais previsível, embora tenha certas reviravoltas e se pretenda a algumas surpresas; a história da prisioneira e do espião se apaixonarem é tradicional, a evolução para um triângulo amoroso é inesperado.

O "problema" é que se trata de um filme de amor, uma "lovestory" e, por isso, pode frustrar o espectador masculino, que espera mais ação e menos sentimento. Não chega a ter o impacto visual no uso das cores de "Herói", mas ainda é um filme extremamente caprichado nos enquadramentos, no hábil uso dos efeitos digitais, nos figurinos e na sua esplêndida fotografia, indicada ao Oscar.

Não custa repetir que Yimou já havia sido diretor de fotografia e tem um domínio grande no uso das cores (o filme tem, por exemplo, uma luta nos bambuzais que deixa uma similar de "O Tigre e o Dragão" no chinelo).

Logo nos primeiros dez minutos tem uma cena espetacular, talvez a melhor do filme, que é a dança do Eco, com Ziyi dançando com os véus e tambores, uma maravilha.

Aos poucos, a história é esclarecida. Por volta do No ano 800 d.C., uma sociedade secreta chamada O Clã das Adagas Voadoras (são especialmente hábeis no manuseio de adagas mortais) tenta derrubar o governo. Um oficial do exército governista seqüestra uma jovem dançarina cega, que ele acha que é a filha do ex-chefe do clã, pensando em segui-la até o esconderijo deles. Ou seja, uma situação clássica de aventura.

Mas no caminho teremos uma série de surpresas e alguns entreatos marcantes: um romance no campo de flores silvestres, que logo se transforma em campo de batalha; outro num bambuzal, e finalmente um acerto de contas numa montanha (onde há uma tempestade de neve rodada na Ucrânia). O filme vai ficando cada vez mais intenso, apaixonado, por vezes arrebatador e romântico.

Um detalhe interessante: o filme é dedicado a uma atriz chinesa Anita Mui, que, pelo jeito, faria o papel da líder do clã, mas que sofria de câncer e morreu antes de rodar seu papel. Em vez de substitui-la, preferiu-se deixar o personagem de fora. Outra curiosidade: a tradução literal do título chinês é "Emboscada Vinda de Dez Direções".

Edição em DVD traz comentário do diretor e da atriz Ziyi Zhang, clipe música "Lovers", de Kathleen Battle, storyboard, making of (de 45 minutos), galeria de fotos, making of dos efeitos visuais, trailers. Tudo legendado.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo