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Ficha completa do filme

Comédia, Romance

O Diário de Bridget Jones (2001)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
O Diário de Bridget Jones

Enorme sucesso na Inglaterra, deu indicação ao Oscar para Renée. É difícil dar certo uma adaptação para o cinema de um best-seller internacional como este, um livro em forma realmente de diário, escrito pela inglesa Helen Fielding (sua origem foi inicialmente uma coluna de jornal), que conseguiu conquistar em particular o público feminino na faixa dos trinta anos que se identifica totalmente com sua protagonista.

Mas a autora teve o cuidado de chamar para a direção uma amiga pessoal, ainda que pouco experiente, Sharon Maguire, que fez um trabalho bastante profissional, acertando em praticamente tudo (ela antes era diretora de documentários, e foi a modelo para a personagem da amiga Shazza). Com ajuda do roteiro da autora, Richard Curtis ("Notting Hill") e Andrew Davies (de "Orgulho e Preconceito" da BBC), curiosamente abandonam no meio o recurso de ficar usando o diário como narração.

Sua escolha mais polêmica foi chamar uma norte-americana, Renée Zellweger, para interpretar um personagem tão tipicamente inglês, mas ela comprova mais uma vez que é uma boa atriz, conseguindo um sotaque convincente (sem ser incompreensível como em muitas fitas britânicas).

Ela naturalmente engordou alguns quilos para ficar rechonchuda como Bridget, mas sem perder o charme ou humor (mas também sem cair em excessos de caretas ou gracinhas, como seria o risco nesse tipo de papel). Renée acerta totalmente e devagar vai conseguindo a adesão do público.

Na verdade, este é o maior mérito do filme, empatizar e torcer pela desajeitada Bridget, que vive fazendo e falando as coisas erradas, até mesmo quando começa a namorar e depois flertar com seu chefe numa editora de livros, onde trabalha como relações públicas (Hugh Grant, outro que está mais comedido em seus trejeitos habituais, ainda que também mais envelhecido). E como todo mundo sabe é um erro namorar alguém com quem você trabalha.

O filme perde alguns detalhes curiosos do livro, em particular o personagem da mãe excêntrica que trabalha num programa de TV de vendas, que funciona melhor no papel que na tela (recomendo o livro para complementar as informações, assim como sua continuação, um pouco mais fraca, ambos disponíveis no Brasil). E ganha um final mais conclusivo e bonitinho, sem esquecer também a força que dá uma trilha musical com standards famosos (vários mencionando o nome de Miss Jones).

No livro, Bridget diz que Mark Darcy, o homem com quem ela tem uma relação conflitada, lembra bastante o ator que interpretava o seriado "Orgulho e Preconceito" na televisão inglesa, por isso foi um acerto também escolher para o papel justamente esse ator, Colin Firth, que dá um contraponto discreto e correto a um personagem difícil, que tem pouca chance de se expressar.

Mas é um bom complemento para o triângulo central. numa comédia romântica que acaba funcionando. É preciso lembrar que se trata de um filme europeu, portanto com outro ritmo, mais lento, por vezes excessivamente falado, mas com menos simplificação e diferentes características (o mais próximo dele é "Notting Hill"), e que sem dúvida será mais apreciado pelo público alvo, o feminino. Não é fita para "menino", nem os muito jovens.

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