Diretor canadense de origem egípcia/armênia, Atom Egoyan foi durante os últimos anos, um dos favoritos da crítica que exaltou este filmee seu anterior ("Exotica"). Aqui, ganhou o prêmio da Crítica e Prêmio Especial do júri no Festival de Cannes, mas na hora do Oscar teve apenas uma indicação de Roteiro Adaptado.
Mas Egoyan nunca me convenceu. Suas fitas anteriores a esta são mais estranhas que bem-sucedidas. Esta aqui fica num meio termo, vai preparando o clima, vai criando situações, mas nunca chega a nada mais profundo.
Baseado em livro elogiado de Russell Banks, o filme conta uma história bastante humana. Há um terrível segredo, que é mostrado de forma tão discreta, que é preciso ler nas entrelinhas: a relação incestuosa que o pai mantém com Nicole, personagem de Sarah Polley, a quem o filme revelou.
O inglês baixinho Ian Holm tem melhorado cada vez mais com a idade, e qualquer hora dessas ganha um Oscar. Apesar desse ponto de partida tão humano, o filme continua gélido, sem levar a grandes lances. Talvez a vida seja também assim. Mas é cinema, e ao fugir do melodrama, Egoyan acabou fazendo uma fita super-estimada e apenas mediana.