O Dom da Premonição (2000)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Passou em branco pelos cinemas brasileiros e americanos, mas foi melhor em vídeo. Na verdade, serve de passatempo, tem um elenco ilustre, mas não chega a ser nada de excepcional. É mais um thriller, um suspense à moda antiga, que confirma a possibilidade do diretor Sam Raimi ("Evil Dead/ A Morte do Demônio") fazer depois um sucesso como "O Homem Aranha".

Embora não transcenda o gênero, como era de se desejar. Mais uma vez a australiana Cate Blanchett ("Elizabeth") confirma seu talento como aestrela e protagonista, Annie Wilson, uma mulher que tem poderes paranormais e que trabalha fazendo consultas, tirando cartas, já que está viúva e tem que cuidar dos filhos (o "Dom", como diz o título original, ela herdou de sua avó, feita pela ilustre inglesa Rosemary Harris).

Mas às vezes ela vê o que não deseja, coisas desagradáveis, como uma pobre esposa (Hilary Swank, em seu primeiro trabalho depois de ganhar o Oscar), que vive apanhando do marido brutamontes e vulgar, tipo "White Trash" sulista (feito por Keanu Reeves, desta vez mais gordo, mas sempre mau ator, que convence ainda menos como bandido).

O roteiro original data de algum tempo e foi escrito pelo hoje famoso como ator Billy Bob Thorton (ex-marido de Angelina Jolie, diretor de "Espírito Selvagem") e Tom Epperson. E, embora seja uma fita absorvente, não traz nada de especialmente novo que não tenha sido mostrado antes em telefilmes sobre esse tipo de clarividência.

Entre os personagens que se envolvem na trama há também um professor educado (Greg Kinnear) e sua noiva rica e selvagem Jessica (feita pela atraente Katie Holmes, da série "Dawson's Creek"), também infiel e um mecânico mentalmente perturbado por algum trauma do passado. O problema maior é quando Katie/Jessica desaparece e há a suspeita de assassinato. Onde poderia estar ela? O seu corpo?

Aí então consultam a heroína e a trama reserva algumas surpresas, inclusive com inquéritos em tribunal e escavações em pântano. Não há nada de muito notável na fita, nem mesmo Swank (que fotografa de forma estranha e não convence) e o filme foi obviamente rodado com poucos recursos.