"O Eclipse" é o final da trilogia da incomunicabilidade e tédio, precedido por "A Aventura" e "A Noite", do diretor Micelangelo Antonioni. Em cópia restaurada, o filme é prejudicado pela falta de química entre a dupla central, o belo francês Alain Delon e a italiana Mônica Vitti, musa e mulher do diretor na época mas que sempre funcionou melhor como comediante.
Depois de passar uma noite discutindo com o namorado, Mônica rompe o romance. Depois encontra Piero, um jovem que trabalha na Bolsa de Valores e que consegue seduzi-la. O final do filme acontece de forma oblíqüa e inesperada, que resume suas intenções e se tornou clássico.
Amor, solidão, impossibilidade de comunicação entre os casais à moda do diretor, em um de seus melhores trabalhos. Mas sempre de maneira lenta, com belos enquadramentos, muitas caminhadas, deixando as conclusões para o espectador.
Antonioni queria ter colocado nos letreiros do filme estes versos do poeta Dylan Thomas: "Alguma certeza deve, porém, existir, se não a de amar bem, pelo menos a de não amar". O filme ganhou o prêmio especial do júri em Cannes.