O Enigma da Pirâmide (1985)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Foi um relativo fracasso este filme produzido por Steven Spielberg, que contratou Levinson (que fez aqui seu primeiro trabalho de encomenda). O erro comercial foi realizar um filme de apelo juvenil para crianças que não tem a menor idéia de quem foi Sherlock Holmes.

Foi um erro de marketing, que tentaram consertar mudando o título de exportação para "Pyramid of Fear". Mas se é sofisticado demais para crianças americanas, está longe de ser ruim. Com uma bela produção, reproduz com cuidado a atmosfera escolar da Londres vitoriana. O ponto de partida é especialmente interessante para os fãs de Holmes, o maior detetive do mundo, segundo seu criador Sir Arthur Conan Doyle (o personagem já caiu em domínio público).

O filme explora a possibilidade de que Holmes e seu amigo e biógrafo, Dr. Watson, tenham se conhecido ainda adolescentes, quando estudaram no mesmo colégio. Lá são amigos de um cientista maluco que os envolve numa trama no estilo Indiana Jones. A primeira parte do filme se preocupa em apresentar as características de Holmes, o desenvolvimento de sua lógica ("Elementar, meu caro Watson!"), frieza, obstinação e conflito com a polícia.

Além da direção de arte impecável, o filme teve indicação para o Oscar de Efeitos Especiais. Mas tem pouca emoção. Erra também em escolher dois jovens atores ingleses que não fizeram carreira. Roteiro do então iniciante Chris Columbus (diretor de "Harry Potter 1 e 2").