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Ficha completa do filme

Animação

O Expresso Polar (2003)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3

Sob o custo de US$ 300 milhões, "O Expresso Polar" é um dos filmes mais caros de todos os tempos. Curiosamente, também é um filme direcionado a crianças bem pequenas, que ainda acreditam em Papai Noel e não sejam descrentes como o jovem herói da história.

Adultos, fiquem prevenidos. Se você não for fã de cinema de animação, é provável que vá se aborrecer com o filme. Basicamente, "O Expresso Polar" é um filme experimental, que expande as barreiras da tecnologia cinematográfica.

É um filme praticamente sem atores, substituídos por modelos cheios de pontos luminosos, interpretando a partir de uma tela de projeção, uma espécie de prosseguimento ao que o filme japonês "Final Fantasy" (2001) já havia tentado, sem muito êxito.

Apesar de ter reunido novamente a dupla vitoriosa de "Forrest Gump"(pioneiro no uso dramático dos efeitos digitais) e "O Náufrago", o diretor Robert Zemeckis e o astro Tom Hanks, o projeto também é apenas relativamente bem-sucedido.

Deve funcionar muito bem para crianças que ficarão menos incomodadas com as falhas, como os movimentos dos olhos, que são estranhos, assim como o andar e a postura dos personagens.

Ou seja, é tudo muito bonito, luminoso, original e realmente parece pinturas a óleo em movimento. Mas cadê a história? Na verdade, é espantoso qu eesse filme tenha sido adaptado de livro extremamente curto e sucinto (seus desenhos inspiraram o visual da animação). A história foi recheda de incidentes e personagens, de modo que não há um instante de tédio.

Igualmente espantoso é como Hanks, que também é co-produtor, se submeteu à experiência de interpretar cinco personagens. Alguns deles são óbvios: o condutor do trem, Papai Noel, o pai do menino, um vagabundo que é meio Anjo da Guarda. Até aí, normal, já que todos têm traços semelhantes. Mas ele interpretou também o herói, o menino, o que não é perceptível à primeira vista. O que não deveria ser tão estranho assim, porque Hanks fez também algo parecido em "Quero ser Grande".

As peripécias são curiosas porque incluem referências a diversos filmes como "Uma Cilada para Roger Rabbit" e "Um Conto de Natal". E preste atenção, cinéfilo, porque o vagabundo fantasma que anda no trem não é outro se não O Imperador do Norte feito por Lee Marvin no filme de Robert Aldrich ("Emperor of the North", 1973. O que tem tudo a ver com o título deste filme).

Inventam-se para o filme dois protagonistas infantis, um garoto pobre e uma menina negra com talentos de líder, tudo política e comercialmente correto. Não falta nada: como um "ride" de parque de diversões, o filme tem ao menos três cenas que parecem uma descida de montanha russa. Há um número musical moderno e coreografado (sobre chocolate quente), um par de canções (uma delas foi indicada ao Oscar, "Believe", além de indicações para melhor som e edição de som) e até uma participação do roqueiro Steven Tyler e o seu Aerosmith.

Também não faltam as mais famosas canções natalinas na trilha musical, incluindo "Jingle Bells" e "White Christmas". No entanto, sua mensagem de boa vontade natalina acaba soando falso para qualquer um com mais de 12 anos. É preciso então se deliciar com um festim visual sempre interessante.

Edição em DVD sai em duas versões. Uma, para aluguel, com apenas trailers e quebra-cabeças e outra especial, com música adicional, documentário "Você me Parece Familiar", making of ("Uma Passagem Autêntica"), "Uma Verdadeira Inspiração: A Proeza de um Escritor", de Josh Groban, apresentação no Greek Theater, Os Bastidores de Acredite (making of), o jogo "O Expresso Polar" e "Conheça os Anjos da Neve" (making of) e trailer.

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