O Filho de Monte Cristo (1940)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

Não tem nada a ver com os personagens de "O Conde de Monte Cristo", de Alexandre Dumas, essa aventura produzida por Edward Small e originalmente distribuída pela United Artists. O diretor Rowland V. Lee (1891-1976) tinha tido um grande sucesso em 1934 adaptando o livro (com Robert Donat no papel-título), mas aqui resolveram apenas aproveitar o nome famoso em uma trama política de capa-e-espada no estilo "Pimpinela Escarlate", que se passa em um país fictício dos Bálcãs.

Louis Hayward (1909-85) faz o filho do famoso Conde, um banqueiro que por acaso ajuda a grã-duquesa de Lichtenburg (Bennett) a lutar contra um general ditatorial e ambicioso (George Sanders em um de seus típicos vilões irônicos e implacáveis). Para isso ele se passa por afeminado e fútil, disposto a emprestar dinheiro para o regime do general, ao mesmo tempo em que apóia os rebeldes sob a identidade de A Tocha. Ou seja, outro Zorro.

Nada muito original mas movimentado e valorizado pelo bom elenco, pelo roteiro e diálogos de boa qualidade e a direção imaginativa e cheia de atmosfera de Lee. Também é interessante pensar que apenas um ano depois da realização do filme, os nazistas invadiriam os países da região dos Bálcãs, usando métodos e um ditador personalista e megalomaníaco similares aos da ficção.

O filme está em domínio público nos EUA, daí a cópia fraca, lavada e sem contraste. Vem como bônus no DVD de "Lady Godiva" ("Lady Godiva of Coventry", 1955).