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Ficha completa do filme

Chanchada

O Homem do Sputnik (1959)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 4
O Homem do Sputnik

É impossível não ter uma visão afetuosa de um tempo em que o cinema brasileiro era popular e querido, fornecia os grandes ídolos e tinha uma boa qualidade técnica, comandada pelo talento inegável de Carlos Manga.

Este é geralmente considerado o ponto alto da chanchada dos estúdios da Atlântida, que em poucos anos encerraria atividades por causa da concorrência com a televisão. É uma comédia satírica notável, também por ter trazido a estréia no cinema do jovem Jô (então ainda Joe) Soares, fazendo um agente americano, e da vedete de teatro de revista Norma Benguell (hoje Bengell), que praticamente rouba o filme fazendo uma paródia de Brigitte Bardot.

Na época, achava-se Oscarito (1906-1970) extremamente engraçado. Hoje seu estilo, inspirado no também esquecido americano Eddie Cantor, talvez pareça maneiroso e nem sempre funciona. Além disso, o filme sofre por ter ficado excessivamente datado, com suas citações de outros filmes populares da época, piadas cifradas e algumas frases de duplo sentido hoje bobas demais.

Outra presença marcante é a da grande Zezé Macedo (1916-1999), que faz a mulher de Oscarito. A sátira política é bem realizada e ainda funciona. Há muita piada boa e dois finais irônicos deliciosos. Enfim, "O Homem do Sputnik" é um excelente representante de todo um gênero e de uma época.

Infelizmente, a edição é muito fraca, em descompasso com a importância do filme. Traz cópia ruim, sem restauração, e como extra há apenas a versão do filme em MP4.

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