UOL Entretenimento Cinema

Ficha completa do filme

Drama, Romance

O Morro dos Ventos Uivantes (1992)

Márcio Ferrari

Márcio Ferrari

Colaboração para o UOL 22/10/2010
Nota: 2
O Morro dos Ventos Uivantes

Esta adaptação da obra-prima de Emily Brontë está saindo pela tecnicamente bem cuidada série Clássicos Paramount, mas não é um clássico, sob nenhum critério. A versão cinematográfica realmente clássica do romance é a de 1939, dirigida por William Wyler, com Laurence Olivier no papel de Heathcliff. Esta, de 1992, passou batido quando foi lançada nos cinemas, tendo como atração apenas o nome de Juliette Binoche à frente do elenco (como Cathy). Heathcliff desta vez é interpretado pelo então quase desconhecido Ralph Fiennes, estreando no cinema.

(Existe também uma versão dirigida por Luís Buñuel no México, em 1954, sob o título ''Abismos de Pasión'', que infelizmente circula pouco.)

Com ou sem chamarizes de público, o fato é que este filme, dirigido por um artesão da TV inglesa, Peter Kosminksy, não consegue se destacar por nenhuma qualidade intrínseca em particular. Ao contrário da maioria das adaptações para cinema e televisão, que costumam parar na metade do romance original, esta é integral, avançando para a segunda geração de personagens. Tudo é comprimido em 105 minutos, o que faz com que o filme caminhe aos saltos. Não são saltos apenas cronológicos, mas psicológicos, agravados por um trabalho de montagem meio malfeito.

Até mesmo personagens tão divididos e passionais como os dessa história precisam aparentar alguma unidade para sustentar o enredo, o que nem sempre acontece aqui. Não ajudam as escolhas equivocadas de dar a Juliette Binoche dois papéis com cabelos diferentes e de incluir a própria Emily Brontë como personagem (feita pela cantora Sinéad O? Connor, sem crédito).

A história, para quem não conhece, se passa no século 18, em meio à natureza assombrosa de Yorshire, no norte da Inglaterra. Trata do caso de amor entre a filha (Cathy) de uma família proprietária de terras e um cigano (Heathcliff) agregado à família. Os dois crescem juntos e desenvolvem uma relação quase simbiótica, mas ela se recusa a casar com ele, por ser um servo. Prefere o herdeiro da família aristocrata da propriedade vizinha. Diante disso, Heathcliff foge e volta rico, com sede de vingança e dominação.

Mesmo num ambiente geral de pouca inspiração, e de vários momentos dramáticos que Ralph Fiennes torna ridículos, ainda resiste algo da forçado romance de Brontë (publicado em 1842) e de seus personagens, que são pura vontade, terror e transe.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo