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Ficha completa do filme

Drama

O Mundo de Andy (1999)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
O Mundo de Andy

Foi o primeiro fracasso de bilheteria de Carrey, desde os tempos que virou astro. Além de tudo injusto, porque é seu melhor trabalho como ator, que lhe deu um "Globo de Ouro" (mas não indicação ao Oscar).

Carrey nunca esteve tão contido, menos careteiro, tão mergulhado num personagem, tão convincente. O maior problema com o filme é que no Brasil nunca se teve a menor idéia de quem foi o comediante Andy Kauffman. Nunca vimos o seriado "Taxi", que o consagrou, nem passou uma fita obscura chamada "Heartbeeps", de 1981, que ele fez com Bernadette Peters (na qual eles eram robôs apaixonados).

A fita revela uma figura esquisita, contraditória, estranha, por vezes desagradável e até insuportável. Mas que consegue ser humana. Pode-se dizer que termina o filme sem se saber quem foi realmente Andy, quais suas motivações, por que agia daquele jeito? Seria de alguma forma um doente mental? Por que gostava de provocar as platéias?

Por outro lado, cabe perguntar, quantas pessoas você conhece na vida real que não consegue entender ou explicar? Por que cobrar então isso de um filme? Como na vida, neste filme o personagem Andy é cheio de lados bons e ruins.

Embora fosse um comediante talentoso, ele rejeitava o fácil, preferindo com freqüência não satisfazer as platéias, ofendendo-as, provocando-as, realizando elaborados esquemas (os americanos chamam de "practical jokes", um tipo de armação, pegadinhas, ou seja lá o que for, que deixa a vítima com cara de palhaço).

Embora tenha sido descoberto logo por um empresário (feito por Danny De Vito, na verdade produtor da fita e um dos colegas dele no elenco do seriado "Taxi", aliás todos do antigo seriado aparecem em pontinhas saudosas e amigáveis, Judd Hirsch, Jeff Conaway, Christopher Lloyd etc.), Andy era tão difícil, e tão irritante, tão aprontador, que quando realmente ficou doente com câncer, todo mundo pensou que fosse mais uma piada sua.

Dirigido pelo excelente Milos Forman ("Amadeus", "Estranho no Ninho"), tem seu grande momento já no começo, quando ele já aparece mandando a platéia embora, colocando os letreiros finais na hora errada, fazendo tudo o oposto. É, sem dúvida, uma seqüência surrealista e brilhante, que depois se liga a outra no funeral (tudo conforme sucedeu na vida real).

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