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Ficha completa do filme

Aventura

O Pacificador (1997)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 2
O Pacificador

Se este fosse um filme qualquer, certamente seria menos rigoroso com ele. Mas foi a primeira produção do novo estúdio chamado Dreamworks, que Steven Spielberg fundou em 1994 junto a Jeffrey Katzenberg e David Geffen. Lançando inclusive uma protegida dele, a diretora Mimi Leder, premiada e revelada no seriado de televisão "ER/Plantão Médico", também do mesmo estúdio, e filha do diretor veterano Paul Leder, a quem a fita é dedicada. Ou seja, é um caso raro uma mulher realizar uma fita de ação deste porte, ainda que, como sempre, Spielberg tenha sido econômico - o filme saiu por menos de 50 milhões de dólares -, o que significa que ela trabalhou com tudo planificado, com storyboard, para não falhar.

Isso dá para perceber principalmente no começo da fita, que é toda bem armada, mas a questão é mais séria. Spielberg, depois de ter feito "A Lista de Schindler", não podia ter caído nessa de produzir uma fita tão irresponsável e amoral.

Não se brinca levianamente com o roubo de bombas atômicas e o americanismo desenfreado (a heroína Nicole Kidman quase chora porque morrem nove soldados num helicóptero). Mas ninguém lamenta no começo, quando um trem inteiro lotado de soldadinhos russos é eliminado friamente até de forma estética. Nem logo após, quando explodem uma bomba atômica matando sabe Deus quantos milhares de pobres camponeses. Duas medidas. Americano é Deus, o resto é lixo.

Depois, em que lugar do mundo alguém deixaria uma mulher tão jovem como Nicole numa posição de comando tão alta e sem problemas? É ela quem comanda a fita, Clooney é seu coadjuvante e tem um personagem mal desenvolvido.

O roteiro é uma coletânea de clichês e há até defeitos técnicos (falta de sound design em várias cenas), um final sem graça etc.

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