O Pacto dos Lobos (2002)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

Grande sucesso na França, muito bem recebido pela crítica americana (mas não foi bem de bilheteria por lá), "O Pacto dos Lobos" é um filme diferente, difícil de classificar e que arrisca decepcionar os que esperam uma fita de terror ou fantasia. É mais uma espécie de conto gótico, um gênero tipicamente europeu (e por isso para nós meio fora de moda, e um pouco estranho). Mas muito bem realizado, muito interessante, outra provado talento do realizador Christophe Gans, de quem eu tinha ficado fã depois de "As Lágrimas de um Guerreiro" ("Crying Freeman" - de onde ele tirou o ator e campeão de artes marciais Mark Dacascos, para quem escreveu o personagem de Mani, um misterioso índio Mohicano que investiga o caso).

Ele foi crítico e editor de uma revista francesa especializada em cinema fantástico. E tem demonstrado habilidade para fazer fitas de apelo popular (no que o cinema francês tem melhorado muito) sempre com um bom padrão de qualidade. É preciso então vencer a estranheza e se deixar envolver por essa história.

Entre as figuras locais estão Vincent Cassel e a bela Monica Bellucci, a Malena, casados na vida real. Há muitas intrigas de corte (o rei manda seu Chefe de guarda que mata um Lobo que apresenta como culpado de tudo) mas a história é mais complicada (dizem que se inspira numa lenda francesa, já que entre 1764-67, um monstro como o do filme teria feito 200 vítimas. O verdadeiro assassino nunca foi encontrado). E uma conclusão que pode não agradar muito.

Particularmente achei o filme curioso e interessante. Mas dá para perceber minha relutância em recomendá-lo. Edição estraga os belos enquadramentos do filme lançando-o na versão Standard.