UOL Entretenimento Cinema

Ficha completa do filme

Musical

O Show Deve Continuar (1979)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 5
O Show Deve Continuar

Saiu no Brasil antes dos Estados Unidos (no box "Os Grandes Musicais da Broadway"), e pela primeira vez em Widescreen (sem ele o filmeperdia muito). É uma co-produção entre a Fox e Columbia (cuidado que a censura é livre e o filme tem restrições de certa nudez e temática adulta).

Também não foi remasterizado no som como poderia (além de ter apenas versão original, sem dublagem nacional). Uma outra reclamação: "O Show deve Continuar" era apenas um subtítulo nacional, na verdade passou em cinemas e saiu antes como "All That Jazz - O Show deve continuar". Ganhou a Palma de Ouro em Cannes (empatado com "Apocalypse Now" de Coppola) e acabou levandoos Oscars de Direção de Arte, Montagem, Trilha Musical (Original Song Score), Figurinos. Foi ainda indicado como Filme, Ator (Roy Scheider, que faz comentários no áudio auxiliar do DVD), Direção (Bob Fosse), Roteiro Original, Fotografia (o italiano Giuseppe Rottuno dos filmes de Fellini).

Na época Bob Fosse (1927-1987), já vinha consagrado pelos Oscars para"Cabaret", além de ser considerado com justiça o maior diretor e coreógrafo da Broadway. Admirador confesso de Fellini, Fosse resolveu fazer uma paráfrase de "Fellini Oito e Meio", igualmente confessional e autobiográfica. Na época, Bob já tinha tido um enfarto e os médicos diziam que morreria cedo se não mudasse de vida. Assim criou um personagem exatamente como ele, até na maneira de agir e vestir, Joe Gideon que ao sofrer o ataque do coração é visitado por um anjo da Morte (feito por Jessica Lange, no papel que lhe deu a chance de se redimir de "King Kong" e reiniciar uma carreira que seria brilhante e com dois Oscars). Sabe então que irá morrer, sem abandonar o cigarro, as mulheres, a vida agitada.

Para Gideon (e Fosse) a vida é um grande show (até sua morte num hospital é mostrada como um grande espetáculo, apresentado por um dos afilhados de Fosse, Ben Veeren). De uma certa forma, o filme é premonitório (Fosse morreria cedo como previu, só que durante o dia de estréia de uma montagem teatral sua: "Sweet Charity"). Repleto de referências confessionais (a infância do personagem, referências à sua primeira mulher Gwen Verdon, a sua ex-namorada feita por Ann Reiking, sua então mulher Leland Palmer todas reunidas num mesmo trabalho aliás noutra referência ao filme de Fellini).

O interessante é que mesmo com uma trama tão trágica, o filme foi enorme sucesso, graças à sua notável coreografia e encenação (alguns dos pontos altos são o balé erótico sobre aeromoças, a seqüência de abertura que é anterior à "A Chorus Line" sobre a escolha do elenco ao som de "On Broadway" de George Benson). E merecia mesmo uma edição tecnicamente superior.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo