UOL Entretenimento Cinema

Ficha completa do filme

Drama, Romance

O Sorriso de Mona Lisa (2003)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 2
O Sorriso de Mona Lisa

A produtora Revolution que distribui pela Sony Columbia está virando sinônimo de filme ruim (e de muita comédias para adolescentes de péssima qualidade). Como seu chefe Joe Roth (antigo chefe de produção da Disney) é muito amigo de Julia Roberts, isso explica porque ela ainda faz filmes para ele.

Mas é bem capaz de mudar depois deste semi-fracasso ou decepção, uma espécie de "Sociedade dos Poetas Mortos" passado numa escola para moças ricas em 1953 (o ano é mal escolhido porque não é particularmente um momento de mudanças, dois anos depois já teriam mais referências, já existiria Marlon Brando, Arthur Miller, Tennessee Williams que poderiam tirar aquelas garotas daquele torpor criativo, ou seja algo já a começava a mudar na sociedade americana, inclusive o rock n'roll estava prestes a ser criado).

É difícil dizer o que rolou errado, porque o filme tinha tudo de interessante, já que ao lado de Julia trazia três das mais talentosas jovens atrizes de Hollywood - Kirsten Dunst, Maggie Gyllenhall e Julie Stiles (nenhuma delas deixa maior impressão porque os personagens são mal construídos e delineados, o de Kirsten é o melhor mas acaba virando uma vilã, quase caricata).

Na verdade, também a figura da professora de História da Arte, idealista, que vai dar aula numa escola exclusiva (a mais fechada do país) também é mal caracterizada (por que ela termina com o antigo namorado? Teve realmente caso com William Holden? Por que aquele romance mal explicado e pouco explicado com o garanhão local, Dominic West quando nem serve para ser conflito com a aluna que antes ele transava?).

Ou seja, o roteiro é péssimo, o diretor Mike Newell (que fez coisas boas como "Quatro Casamentos e um Funeral") não foge da mediocridade e o filme resulta morno. Há absurdos de vários tipos desde as alunas que na primeira aula já sabem todo o livro de cor quanto o fato da enfermeira (Juliet Stevenson) ter perdido sua companheira lésbica e o fato ser referido totalmente de passagem e todo mundo achando normal.

Até mesmo como retrato de época o filme deixa a desejar enquanto a relação com o quadro da Mona Lisa é forçada com o uso da canção e referências a Da Vinci, mas no fundo tem muito pouco a ver tanto com Julia (que tem uma boca enorme, imensa e nada como a do quadro) quanto com o personagem. Poucos viram no cinema, irão ver em DVD por causa de Julia e seu jovem elenco atraente. Só para público feminino, homem não vai gostar.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo