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Ficha completa do filme

Aventura

O Tigre e o Dragão (2000)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 4
O Tigre e o Dragão

Premiado com os Oscars de filme estrangeiro, trilha musical, fotografia e direção de arte, num total de 10 indicações - canção, figurino, montagem, direção de arte, filme e direção), mais os Globos de Ouro de melhor filme estrangeiro e direção, além de Prêmio do Sindicato dos Diretores (para Ang Lee) também é o filme legendado de maior bilheteria em todos os tempos nos EUA.

Apenas sete vezes na história do prêmio, uma fita foi ao mesmo tempo indicada para filme estrangeiro e melhor filme do ano. Um êxito absoluto para uma fita que teve orçamento de 15 milhões de dólares.

O sucesso é ainda mais notável porque se trata basicamente de uma fita muito oriental, mas que no fundo não passa de um "filme de kung-fu de arte". Não há nada que suceda ali que não tenha sido mostrado em alguma outra fita de Hong Kong, daquelas de artes marciais. A diferença é que elas não tinham um diretor de prestígio como aqui e nem o prestígio de um grande estúdio como a Columbia / Sony (cujos donos são orientais, japoneses).

É difícil mesmo entender a nacionalidade do filme, que misturou gente de várias origens distintas. É importante notar que cada um deles fala um dialeto diferente e tiveram que aprender o mandarim especialmente para a fita. Tiveram a inteligência de chamar para a coreografia das lutas um certo Yuen Wo-ping (que ficou famoso por Matrix).

Esta é uma fita muito feminista (as mulheres tem papel preponderante, são elas que mais lutam, que tem figura mais fundamental na trama), mas também sua filosofia é basicamente oriental (é fácil perceber a trajetória de uma garota fútil e egoísta, que foi encaminhada para as forças do mal e que custa a cair em si e perceber que perdeu as chances de libertação e sabedoria).

"O Tigre..." até que começa deforma tradicional, mas depois de uns 15 minutos deixa as pessoas desacorçoadas quando surge a primeira luta, em que começam a subir pelas paredes, correr pelos tetos, realizando feitos quase mágicos (obviamente realizados com a ajuda de cabos que depois são apagados através de efeitos de computador). E dali em diante, só vai crescendo, fica ainda mais deliciosamente fantástico, chegando ao seu clímax numa poética luta num bambuzal.

"O Tigre e o Dragão" é uma transfiguração poética do que há de mais bonito nas artes marciais: ao mesmo tempo é esporte e coreografia, portanto dança, ginástica. Certamente arte (além de ser logicamente a expressão de uma cultura e mitologia milenar). O filme-evento do ano tem uma boa edição legendada em português.

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