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Ficha completa do filme

Drama

O Veredicto (1982)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 4
O Veredicto

Direção competente e elenco de primeira ajudam muito este drama de tribunal escrito pelo notável David Mamet (baseado em livro de Barry Reed) e que inclui alguns dos clichês mais tradicionais do gênero (o advogado decadente versus o rico e famoso, a testemunha-chave com a revelação de última hora, o sistema se unindo contra a revelação da verdade).

A direção é precisa, sóbria, cheia de elipses e planos distantes de Sidney Lumet. Paul Newman (1925-2008) teve sua sétima indicação ao Oscar com uma belíssima interpretação, cheia de nuances, como um advogado alcoólatra e sem clientes que vê uma chance de redenção (profissional e humana) ao ajudar um amigo e ex-professor (Warden), com um caso complicado envolvendo um possível erro médico de um grande e famoso hospital católico.

Só que todo mundo quer abafar o caso, desde o bispo que dirige a instituição (Binns) até o juiz pouco escrupuloso que o julgará (o irlandês Milo O'Shea, excelente). O caso vai a júri, com o quase solitário Newman enfrentando um famoso advogado que trabalha baseado na vitória a qualquer preço, com um batalhão de auxiliares que intimidam e treinam testemunhas, feito pelo grande veterano inglês em final de carreira, e também indicado ao Oscar, James Mason (1909-84).

Com sobriedade, sem melodrama nem pregação, o filme compõe uma galeria de personagens fascinantes, bem delineados, e que nos faz duvidar não apenas da lisura da lei, mas também da medicina, da igreja, da ética. Um trabalho de primeira de Lumet, que, além de indicações também ao Oscar e ao Globo de Ouro, ganhou o prêmio do National Board of Review. Teve várias versões bem diferentes do roteiro (planejado para Robert Redford, que desistiu porque não queria interpretar um alcoólatra). Foi indicado ainda aos Oscars e Globo de Ouro de filme, direção e roteiro adaptado. A excelente edição em DVD duplo, comemorativa de 25 anos, também não faz feio.

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