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Ficha completa do filme

Comédia

O Virgem de 40 Anos (2005)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
O Virgem de 40 Anos

Originalmente nos cinemas tinha 116 min. Mas já está se tornando tradição lançar em DVD versões estendidas, sem censura ou cortes. Ainda mais em comédias meio pornochanchadas. A diferença é que esta aqui foi considerada a melhor comédia do ano nos EUA, entrando na lista de vários críticos e consagrando o ator Carell.

Não teve tanta repercussão no Brasil, porque os atores eram menos conhecidos, em particular a figura central (o pôster, convenhamos, também era muito ruim). É um certo Steve Carell, que você verá como o tio na versão de "A Feiticeira" para o cinema, que estrela a versão americana da série de tevê inglesa "The Office" e esteve em papéis pequenos em "Melinda e Melinda", de Woody Allen e "O Âncora", com Will Ferrell. Ou seja, você com certeza não se lembra da cara dele. Que por sinal, não é assim tão engraçada (como o Mr. Bean, que só basta olhar para se rir).

Carell é daqueles humoristas discretos, que fazem muito pouco, sem caretas. Mas que podem funcionar quando se constrói um filme em torno dele, como foi o caso deste projeto de um certo Judd Appatanow, que produziu, escreveu e dirigiu (estreando) a fita (Juddy tem uma longa carreira em séries cults como "Ben Stiller Show", "The Critic", "Larry Sanders Show", "Freaks and Geeks"), mas que até agora ainda não tinha estourado.

É curioso notar como os valores estão deturpados na América de Bush, já que o filme está repleto de palavrões (muitos e extensos) mas não tem nudez, só simulação de sexo. Tem piadas fortes, algumas sacadas maliciosas (outras bem explícitas), mas nunca mostrava grande coisa.

E no fundo não precisava ganhar estes 17 minutos, que quebram com seu ritmo. Mas eu recomendo dar uma chance a esta fita que, se você conseguir embarcar, pode ser muito divertida.

Ela começa bem devagar, aliás, como o próprio personagem. Que é um nerd, que trabalha no estoque de uma loja de equipamento eletrônicos e que se dedica a colecionar bonecos e video games. Chegou aos 40 anos e nunca teve uma relação sexual, é virgem.

E isso acaba se tornando um problema maior para os colegas dele, que passam a fazer tudo para lhe ensinar a arte da paquera, da conquista, do comportamento com as garotas (tem um pouco de "Hitch"). Só que o filme prefere conquistar o público feminino, inventando um romance para ele com uma mulher (Catherine Keener, que é uma jovem avó, com três filhos). Mas para quem ele também não tem coragem de contar que nunca transou.

A piada única, sem dúvida é repetitiva, mas não incomoda porque em volta dele existem personagens curiosos (e afetuosos) e o roteiro sabe criar situações (como quando ele tenta tirar o pêlo do peito, o que foi feito para valer). E dá para acreditar perfeitamente na sinceridade de Carell.

Se faltava alguma coisa para o filme me conquistar, ele o consegue ao final com uma resolução deliciosa e muito simpática (que não vou revelar, mas para minha geração foi tocante). Tomara que o público descubra uma das poucas boas comédias de 2005.

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