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Onde os Fracos Não Têm Vez (2007)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3

Foi sem dúvida o filme do ano, arrebatando as principais premiações do cinema, inclusive os Oscar de direção, filme, ator coadjuvante (Bardem) e roteiro adaptado (também dos Coen, baseado em livro de Cormac McCarthy), tendo sido indicado ainda para as categorias de som, montagem, edição de som e fotografia.

Mesmo assim não chega a ser excepcional. Certamente o reconhecimento veio para corrigir antigas omissões, dado a impressão de que finalmente chegou a vez de premiar a dupla em seu melhor filme desde "Fargo". O que não significa muito já que eles não tem feito nada de muito brilhante: erraram com o fraco "Matadores de Velinhas" (2004); "Amor custa Caro (2003) era somente diversão; "O Homem que não Estava Lá" (2001) passou em branco, "O Grande Lebowski" (1999) era completamente maluco e o melhor deles, "E Aí, meu Irmão Cadê Você?" (2000), não tinha perfil de Oscar. É curioso também lembrar que é a segunda dupla a levar as principais premiações na história da academia, antecedidos por Wise e Robbins de "West Side Story", e ainda a primeira divida entre dois irmãos.

Já se sabe que os dois fazem tudo junto, mas na hora de assinar os créditos, por razões legais, ditavam antes Ethan como roteirista e Joel como diretor e apenas recentemente assumiram a direção conjunta, quando o Sindicato dos Diretores passou a aceitar parcerias.

Ambos produzem e também finalizam, ainda editam o filme juntos. No Oscar, foram indicados à melhor montagem usando o pseudônimo de Roderick Jaynes. O longa não concorreu por trilha musical por uma razão muito simples: o filme não tem musica, nem mesmo incidental, a não ser nos letreiros finais. Não é um recurso fácil, porque deixa o filme seco e árido.

Lembra um pouco o filme original da dupla, "O Gosto de Sangue". Tem o mesmo tipo de humor e retoma o uso da violência e da narrativa enxuta mas sempre poderosa. Traz uma visão pessimista do ser humano. A figura do assassino psicótico feito por Javier Bardem é tão estranha, e, por vezes, improvável houve quem especulasse que ele fosse um fantasma e não real.

Quem foi injustamente esquecido nas premiações foi o protagonista Josh Brolin ("Goonies"). No Oeste moderno, ele vive com a mulher num trailer, gosta de caçar coiotes e por acaso esbarra no deserto numa cena de acerto de contas entre traficantes. O massacre deixou muitos mortos e também uma fortuna, que ele resolveu levar para si. A partir da infeliz decisão, é imediatamente perseguido numa fuga que irá se complicar cada vez mais com a entrada em cena de um xerife veterano e experimentado (Jones), de um matador sofisticado (Harrelson) e outro sinistro (Bardem).

Não há duvida que o espanhol é bom ator, como provou em "Mar Adentro", "Antes que Anoiteça" e "Segundas Feiras ao Sol". Mas neste papel, Javier Bardem faz sempre a mesma cara de pau durante todo o filme. Enfim, ainda que interessante e com bons momentos, o filme não é tudo isso.

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