Os Garotos da Minha Vida (2001)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

Fracasso nos cinemas, este foi mais um erro da diretora Penny Marshall (irmã do diretor Garry e estrela de TV), que faz tempo que não acerta, desde "Big/ Quero ser Grande". A culpa desta vez não é de Drew, que até consegue ser convincente num papel difícil, que a obriga a fazer uma adolescente e depois uma mulher madura, rica e bem sucedida, mãe de um rapaz de vinte e poucos anos.

Ela é boa atriz, tem uma boa figura, uma presença forte e simpática. Muito querida nos EUA, Drew lutou para conseguir o papel central desta fita, produzida por James L Brooks ("Melhor é Impossível"). Pesquisou a vida da autora, chegando a viver uns tempos com ela à ponto de dizerem que ela "encarnou" o personagem.

O problema é que o roteiro é que é ruim. Apesar de ter sido baseado num livro autobiográfico famoso de Beverly D'Onofrio (também co-produtora da fita) - já comprado em 1989, quando ainda era um manuscrito - em que relata sua triste vida como uma jovem do interior, de família pobre, mas que tem uma ambição de dar certo e se tornar escritora e jornalista.

Mas comete o erro de transar com um namorado e engravidar. Mesmo contra a vontade, acaba se casando e fica condenada à uma vida de pobre, com um marido bebendo, sem conseguir se manter num emprego, morando numa casa velha e mal-tratada e sem ninguém entender seu sonho de continuar estudando, ir para uma Faculdade e escapar daquele destino.

O problema do roteiro é que conta a história em flash-back, com Drew já bem sucedida, interferindo na vida do filho (o australiano Adam Garcia de "Coyote Ugly"), que está pretendendo se casar com uma garota que ela não aprova. E temos a história de Drew no passado, prejudicada por um marido interpretado de forma caricata (aliás essa é a marca registrada do ator Zahn, que vive repetindo sempre o mesmo tipo de personagem).

Portanto é difícil acreditar no que está sucedendo ao mesmo tempo que já sabemos como vai terminar. Por outro lado, o que interessaria seriam as dificuldades pelas quais ela passaria depois que saísse do casamento até chegar ao sonho. Pularam a melhor parte da história, ficando apenas com o lado desagradável. Não chega a ser comédia, não convence como drama, não emociona como romance. E também é longo demais. Tudo isso o classifica como descartável.

Ou seja, um filme para mulheres, com situações e problemas com quem todas vão se identificar e entender.