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Ficha completa do filme

Documentário

Os Pescadores de Aran (1934)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 4
Os Pescadores de Aran

Um documentário clássico, considerado dos melhores já realizados em todos os tempos. Falado em dialeto, em diálogos gravados depois em estúdio, o que lhe dá um estranho distanciamento. Mas nada do que dizem é importante, por isso não tem legendas.

As imagens falam por si. E por vezes elas são de grande beleza e impacto, com a ilha atacada por ventos e marés enormes. Premiado no Festival de Veneza, desde então consagrou o diretor Flaherty (1884-1951), americano, notável por seus documentários dramatizados, mas sempre às voltas com problemas comerciais. Muitas vezes chamado de o pai do documentário cinematográfico, conseguiu pelo menos ser o mais famoso deles.

Embora tivesse muito de showman, foi também pioneiro em levar câmeras a alguns dos lugares mais inacessíveis do mundo, arriscando saúde, dinheiro e por vezes até a vida. Não é segredo que ele nunca filmava apenas o que via, às vezes tomava certas liberdades, melhorando um pouco a realidade, ao menos dramatizando-a. Isso porém não afetou seu grande prestígio, confirmado principalmente pela beleza indiscutível deste filme.

Filho de um engenheiro de minas, interessou-se pela exploração de lugares pouco conhecidos. Passou grande parte de sua juventude no Oeste americano em busca de ouro. Foi isso que provocou nele a curiosidade de conhecer outras regiões e civilizações.

Enquanto viajava pela Hudson Bay, no Canadá, em 1913, tirou fotografias de esquimós e daí nasceu a idéia de fazer um filme sobre eles. Levou vários anos para levantar o capital para financiar a expedição, com equipamento sofisticado, e depois convencer uma verdadeira família esquimó a se deixar filmar em sua rotina diária (a primeira tentativa de filmar por lá, dezessete horas de metragem, foi destruída por um incêndio).

Mas os irmãos Revillon financiaram seu "Nanook", que acabou sendo um grande sucesso (embora o diretor tomasse algumas liberdades com a verdade, em certas cenas. Mais trágico é o fato de que o protagonista tenha morrido de fome pouco depois do lançamento do filme). Sua colaboração com o diretor alemão Murnau foi igualmente atribulada, de forma que o outro comprou a parte de Flaherty em "Taboo" (que seria o último filme do diretor que morreu pouco antes de sua estréia e posterior sucesso).

Seu último filme, "Louisiana Story", foi produzido pela Standard Oil, contando a história de um menino pobre que vive num pântano e cuja vida é afetada pela chegada de uma companhia que procura petróleo. Ambos saíram no pack "O Homem e a Natureza".

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