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Ficha completa do filme

Faroeste

Pacto de Justiça (2003)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
Pacto de Justiça

Posso entender a boa vontade da crítica americana com este mais recente filme de Kevin Costner. Em parte para tentar salvar a carreira dele, que nos últimos anos tem sido uma sucessão de fracassos e decepções (em parte provocada pela sua arrogância depois de "Waterworld", onde brigou com os amigos e divorciou-se da esposa). Em parte, porque é o retorno ao faroeste, gênero que o consagrou como diretor, com "Dança com Lobos" (que é de 1990).

E realmente, o filme não é ruim mas tem alguns defeitos letais comercialmente: é lento, longo demais (Costner adora filme comprido), não tem jovens (todo o elenco central é cinquentão e nem os coadjuvantes são jovens, o que dificulta o acesso aos adolescentes - maiores freqüentadores de cinema). E somente na última meia hora é que realmente acontece um pouco de ação com um grande tiroteio (apesar de um final feliz demais para o meu gosto e a própria proposta do filme).

O título nacional, como em geral sucede, não quer dizer coisa alguma. Não tem pacto nenhum. Esta é a história de dois velhos cowboys que andam sem eira nem beira, conduzindo uma manada. Por isso são perseguidos pelos grandes barões de terra (rancheiros latifundiários).

Robert Duvall (sempre uma figura digna e de confiança) faz o Boss, o chefe do pequeno grupo (que inclui também um grandão que morre logo e um mexicano, feito pelo jovem Diego Luna, de "E sua Mãe Também" e "Terminal", que fica ferido, provocando grande parte do conflito. Seu destino depois fica meio obscuro). Costner faz seu homem de confiança, um veterano da Guerra Civil, que matou muita gente e agora está desiludido. Quando são perseguidos por um rancheiro (Michael Gambon) e um xerife vendido (James Russo), eles são forçados a revidar, com a ajuda apenas da irmã do médico (Annette Bening - que deve ser a única atriz de Hollywood que não colocou botox), com quem Costner tem um romance.

Tudo vai caminhando placidamente até o entrevero final (que lembra tanto as fitas de Hawks como "Onde Começa o Inferno", quanto "Sem Lei e Sem Alma"). É bastante bem feito, ainda que não convincente.

Aliás, todo o filme é bastante bonito, com belas paisagens e fotografia, poucas coisas inusitadas no gênero (a maior delas é a chuva, com corredeiras no meio da cidade, uma coisa pouco vista em westerns). Mas tudo é arrastado, discreto, fazendo perder uma resolução mais existencial, mais séria e menos idílica. Rodado com orçamento modesto - 26 milhões de dólares. (o filme foi bastante bem de bilheteria chegando perto do 60 milhões, o que significa que Mr. Costner ainda não se acabou). A edição americana traz Making Of de 65 min, comentário de Costner, cenas excluídas, storyboards, documentário histórico, music video.

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