Comédia Dramática

Pai, Filhos & Etc. (2003)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

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Até que teve boa carreira nos cinemas de arte este simpático e afetuoso filme com o mestre Philippe Noiret (1930-2006), ator que criou um público cativo com filmes como "Cinema Paradiso", "O Carteiro e o Poeta" e "O Quinteto Irreverente". Quem dirigiu foi o comediante Michel Boujenah, famoso por "Três Homens e um Bebê", em sua estréia como realizador (depois já fez outro, "Cachez-moi!", de 2004).

Fazia tempo que não se via um filme tão agradável, no melhor sentido. É muito difícil não se deixar cativar por esta história de um velho pai relapso (Philippe Noiret) que não se conforma com o fato de o0s filhos não se darem bem. Um deles, Simon (o ótimo Pascal Elbé), é um molenga que vive à custa do irmão mais velho e está sempre fumando maconha. O irmão do meio, Max (Bruno Ptuzulu), é desempregado e seu casamento vai mal, tendo de apelar para o sadomasoquismo. O mais velho, David (Charles Berling), é um chato, separado da mulher, sempre ocupado e sem interesse pelos irmãos e pelo pai.

Quando o velho tem um desmaio e vai para o hospital, aproveita para inventar que está muito mal, como pretexto para reunir os três filhos numa viagem ao Canadá, com a desculpa de irem ver as baleias. Lá se envolvem em confusões.

Se não chega a ter novidades, a história, basicamente um road movie, é contada com humor e afeição por um elenco afinado e regido por Noiret, que está discreto e comovente. Naturalmente os problemas de cada um serão apresentados e resolvidos durante a viagem, mas sempre de maneira divertida ou curiosa, sem exageros ou melodramas. É raro se ver um filme tão afetuoso e humano. Foi indicado ao César (o Oscar francês) de diretor estreante e revelação (o ator Pascal Elbé).