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Ficha completa do filme

Drama

Pergunte ao Pó (2006)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 2

John Fante foi um roteirista de cinema ("Meus Seis Amores", com Debbie Reynolds; "Jeanne Eagels", com Kim Novak) que ganhou prestígio como escritor de romances. "Pergunte ao Pó" é o segundo filme que é adaptado de uma obra sua. O primeiro foi "Wait Until Spring, Bandini" (Vivendo na América), em 1989.

Fante teve diabetes em 1955, ficou cego em 1978 e morreu em 1983, com 74 anos. Esta adaptação foi escrita e dirigida por Robert Towne (que escreveu "Chinatown" e já havia dirigido três filmes). "Pergunte ao Pó" era um projeto antigo de Towne, desde 1990, com Johnny Depp, mas que não conseguia produção.

Rodado em Capetown (na África do Sul, mais barato) já 2004, o filme é estrelado por Colin Farrell, que emagreceu e ficou parecido com Tyrone Power e até um pouco com Henry Fonda. Salma Hayek lembra um pouco Linda Darnell.

No que parece ser um personagem autobiográfico de Fante, Farrell faz Arturo Bandini, um rapaz que veio do Colorado para tentar ser escritor (já publicou um conto antes) e acaba se envolvendo com uma garçonete mexicana chamada Camilla Lopez, que é analfabeta e independente.

Só que o romance deles é baseado numa série de agressões e ofensas. Acontece que havia na época um preconceito muito grande contra os imigrantes, não apenas mexicanos, mas também latinos como os italianos. Aparentemente por causa das marcas do passado, Bandini não sabe se expressar e vive brigando com a moça.

Para complicar, o herói está em dificuldades financeiras e tem um caso com uma moça judia que morre num terremoto (Idina Menzel). Camilla também namorou um bartender que agora sofre de tuberculose.

Mas falta alguma coisa no filme, talvez energia. Salma faz uma latina sem qualquer caricatura ou exagero, mas chega também ao exagero de ficar passiva e sem a devida intensidade. Farrell faz bem o básico, mas não é capaz de demonstrar amor ou muito menos paixão. Porque no fundo é apenas uma "love story" à moda antiga, com final antiquado, mas não espere chorar.

Um detalhe: a voz do editor Menken é feita pelo critico Richard Schikel, da revista "Time".

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