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Ficha completa do filme

Suspense

Perseguição - A Estrada da Morte (2001)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
Perseguição - A Estrada da Morte

O filme "B" está vivo e passando bem com esta fita, que não fez muito sucesso lá fora. Tem mais chance de funcionar agora em DVD. Mas é preciso seguir uma regra básica: não levá-lo à sério. É uma fita de passatempo, que tem uma moral duvidosa (aqui ensinam como roubar carro e como se livrar de cadáveres) mas que é cheia de reviravoltas e surpresas.

É verdade que os mais experientes estarão sempre dez minutos na frente dos personagens adivinhando tudo, que os personagens às vezes são por demais idiotas e abobados, que a fita custa um pouco a começar e engrenar. Ou seja, não comporta grandes análises. Mas quando você entra no espírito da coisa, até que dá para curtir. É basicamente uma fita de estrada que tem parentesco com outra do mesmo diretor John Dahl, o "Red Rock West/ Morte por Encomenda" com o Nicolas Cage.

Dall é um bom narrador, sabe fazer o gênero (mas não sabe corrigir defeitos de seus roteiros). É a história de um bom rapaz, Lewis Thomas (Paul Walker, o loirinho que é o atual sub-BradPitt e estrelou "Velozes e Furiosos") que fica todo feliz em comprar um carro e ir buscar sua amiguinha na Faculdade Venna (Leelee, de "Casa de Vidro" e "Olhos Bem Fechados") que ele está querendo namorar e depois conduzi-la até a cidade natal deles. Mas acaba dando um desvio para tirar o irmão mais velho e irresponsável da cadeia, Fuller (Steve Zahn, que geralmente faz papéis mais leves como em "Happy, Texas"). Só que além de chato, falador e infantil, ele é sujeito amoral, capaz de paquerar a garota (na verdade Lee entra no filme direito apenas depois de 50 minutos no que seria um segundo ato final). Pior que isso, ele inventa comprar um rádio CB (Ciziten´s Band/ Faixa do Cidadão, uma coisa tão anos 70 que o release do filme tem que explicar do que se trata e na fita se fala como um pré-Internet. Tudo faz pensar que se trata de um roteiro reciclado onde não tiraram esse recurso, porque não conseguiram achar nada melhor).

A trama segue a velha história de gente que faz uma brincadeira e se dá mal. No caso os heróis se comportam como débeis mentais (também bebendo demais) e fazem piada com o rádio amador fingindo ser mulheres e marcando encontro num motel. Não poderiam imaginar que estavam lidando com um psicopata, um caminhoneiro maluco que irá matar o sujeito que estava no quarto do motel (não que este não merecesse porque era outro chato). Mas dali em diante, em busca de vingança o caminhoneiro virá atrás deles, implacável, superinformado, sabendo de tudo (até demais - chega a ser absurdo), não parando para nada, sem piedade.

O resto do filme é uma longa perseguição onde os heróis continuam burros (por isso é difícil torcer por eles) mas há certo suspense e um final dito inesperado (mas é sem dúvida previsível). Também é óbvia a influência de "Encurralado" de Spielberg, já que o bandido nunca aparece, só se vê detalhes e uma impressão geral dele, nunca a figura inteira ou o rosto (como naquele filme). Não dá mesmo para levar a sério mas dá para assistir. Originalmente não havia o subtítulo "A Estrada da Morte" nos cinemas brasileiros.

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