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Ficha completa do filme

Aventura

Peter Pan (2003)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
Peter Pan

Não há duvida que o antigo desenho da Disney ainda é a melhor adaptação para o cinema desta obra clássica de James Barrie. Mas este novo Peter não chega a fazer feio.

Não foi muito bem apenas por uma questão de público-alvo. Em vez de fazerem um filme para crianças, tentaram puxar um pouco a idade para cima, para atrair pré-adolescentes, num estilo meio "Harry Potter". Ou seja, o filme foi de certa maneira sensualizado (agora há uma visível história de amor entre Peter e Wendy), o que afastou as crianças menores (ou seus puritanos pais norte-americanos).

E quem disse que adolescentes que gostam de se sentirem adultos irão ver uma história tão infantil? Pois esse é o dilema desta produção assinada por Mohamed Al-Fayed (dono da Harrod's) e dedicada a seu filho Dodi, que morreu junto com a princesa Diana. Quem a realizou foi o australiano P.J. Hogan ("O Casamento de Muriel"; "O Casamento do Meu Melhor Amigo") com a ajuda de sua mulher produtora Jocelyn Moorhouse. Resta-lhe o mérito de ter acertado mais do que Steven Spielberg quando lidou com o mesmo material (em "Hook, a Volta do Capitão Gancho", talvez o pior filme do diretor) e não ter incluído felizmente na fita Michael Jackson (que é confesso fã do personagem).

Não sei se por isso, mas fiquei o filme todo com a impressão que existia no ar um clima de pedofilia e podofilia (porque há na fita grande quantidade de pés e sujos). De qualquer forma, fiquei com um certo mal estar.

Feito com cores brilhantes, efeitos assumidos (como um Mary Poppins atualizado), o filme conta a história da maneira tradicional, inclusive usando aquele recurso vindo do teatro de que o ator que faz o papel do pai (Jason Isaacs) é o mesmo que faz o papel do vilão Pirata Capitão Hook, o que dá dimensões freudianas à sua interpretação.

Muito tímido e desengonçado como pai, e típico vilão (sem caricatura como o Capitão Gancho e seu inimigo crocodilo é em computação gráfica). Fora disso, pouca coisa muda. Há o flerte entre o casal, ambos interpretados por crianças atraentes. O menino Jeremy Sumpter é um americano de cara gaiata (no palco em geral o papel é sempre feito por mulheres mais velhas) e a garota Rachel Hurd-Wood é uma mistura de Rosanna Arquette com Gene Tierney. Saffron Burrows é a narradora. Lynn Redgrave faz uma tia, Olivia Williams é a mãe. Tudo dentro do padrão de qualidade britânico. Também a direção de arte é estilizada mas impecável.

Ou seja, um filme bonito de se ver, que se assiste sem problemas, até porque a história é clássica e nunca envelhece (ao contrário, cada vez os homens parecem sofrer mais da Síndrome de Peter Pan, ou seja, não querem envelhecer). Edição igual à americana (que ao menos lá tem a opção de formato de tela Widescreen ou Standard).

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