Pinóquio (2002)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

Foi um desastre este filme, o primeiro que Benigni fez depois do Oscar e o êxito de "A Vida é Bela". Embora tenha ido bem na Itália, foi rejeitado nos EUA - no Brasil nem passou nos cinemas. A Miramax tentou em vão tornar o filme mais popular nos EUA, dublando-o com astros famosos como Glenn Close, James Belushi, Cheech Marin, John Cleese e Breckin Meyer (no papel título). Mas essa versão foi destruída pela crítica americana (e esta disponível aqui).

Todos os defeitos de Benigni ficam visíveis neste filme. Ele é um "palhaço" no bom sentido, irritante, chato (o personagem também), que se repete em excesso. Também não se justifica sua afeição pela mulher e musa Nicoletta (que faz a Fada Azul e assina como co-produtora).

O brasileiro conheceu melhor a história original italiana de Carlo Collodi apenas pela adaptação para desenho da Disney que a sintetizou com felicidade, melhorando o personagem do Grilo Falante (que aqui fica secundário) e reduzindo a ação aos momentos mais marcantes (a baleia, a cidade dos burros, o teatrinho), além de ter lhe acrescentado lindas canções (aqui ausentes).

Ou seja, não dá para comparar com o desenho, mas o filme tem uma excelente produção e direção de arte, com figurino e design de Danilo Donati (a quem a fita é dedicada), música de Nicola Piovani e fotografia de Dante Spinotti. Tudo é muito bonito, mas esquisito, irritante e malsucedido.