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Ficha completa do filme

Aventura, Comédia

Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra (2003)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 5
Piratas do Caribe: A Maldição do Pérola Negra

Este blockbuster foi um mega sucesso, já tendo uma continuação em projeto. O notável é que não há filme de pirata que tenha dado certo desde os anos 50, tanto que achei que era um gênero morto (mesmo o recente desenho "Sinbad - A Lenda dos Sete Mares" foi mal).

Mas o produtor Jerry Bruckheimer acertou no que parecia uma tarefa impossível: criar um filme a partir de uma atração da Disney World, justamente o "Piratas do Caribe" (que é uma bobagem, apenas um passeio de barco através de figuras semi movimentadas recriando cenas de piratas). Já tinham feito isso antes com os "Ursos em Beary e os Ursos Caipiras" e haviam quebrado a cara. Mas agora apesar da longa metragem (tem duas horas e vinte, o que sempre é discutível), o filme é super divertido, eficiente e traz uma grande performance de Johnny Depp - sendo a primeira vez que ele acerta em anos numa fita americana (ele foi indicado ao Oscar e ganhou o SAG).

Certamente vocês já ouviram falar na interpretação do ator, que é completamente descontrolada, excêntrica, efeminada. Num estilo que ele pode ter aprendido de Marlon Brando que de vez em quando enlouquecia e fazia umas coisas dessas (em "Missouri Breaks", em "A Ilha do Dr. Moreau") sem razão aparente. O curioso é que o discípulo saiu-se melhor do que o mestre. Depp acerta no tom e provoca a maior empatia da platéia, que vibra com suas bichices (olho maquiado, cabelo longo, gestos exuberantes - ele faz um queer mas não gay). Na verdade, é mesmo bizarro, dando um tom de comédia que o filme precisava.

A história é simples: uma jovem filha do governador (Jonathan Pryce) de uma colônia inglesa no Caribe salva um garoto que é filho de um pirata e que cresce para se tornar fabricante de armas (quem faz o papel é Orlando Bloom, que fica feio e estranho sem o cabelo loiro de elfo que usa em "O Senhor dos Anéis"). A situação se complica quando surge o pirata Jack Sparrow (Depp), que alterna momentos de incompetência com outros de total brilhantismo.

Mas a fita esquenta mesmo quando o lugar é atacado pela tripulação da nave fantasma Black Pearl (Pérola Negra) liderada por Geoffrey Rush (Barbossa). E dali em diante corre a aventura, com muita luta, muitos efeitos (o ponto alto são os tripulantes fantasmas, que de vez em quando viram esqueletos que lutam, caminham debaixo d'água, de forma não muito assustadora, mas com clima de Halloween).

Achei tudo muito divertido, com a ação bem coreografada, boa produção, uma bela mulher (a prognata Keira Knightley, revelada em "Driblando o Destino"). Nem Rush chega a estar exagerado. Mas é mesmo Depp quem rouba a fita, no que é ao mesmo tempo absurdo e criativo, errado mas fundamental para o êxito do filme (que aliás é bem conduzido pelo diretor Gore Verbinski).

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