Suspense

Ponto de Vista (2008)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 3

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O filme interessante traz basicamente a mesma historia contada por pontos de vista diferentes, aproveitando as lições de "Rashomon", de Kurosawa. Ou seja, cerca de oito vezes, a trama volta ao ponto de partida para dar outra visão do mesmo caso, só que pela perspectiva de outra testemunha, sempre avançando um pouco no mistério. A princípio, é natural a platéia chiar um pouco, mas, apesar disso, o filme é conciso e tecnicamente bem feito. Já que se trata de um thriller de ação e suspense político.

Numa praça espanhola de Salamanca, onde estão se reunindo os líderes do mundo para um acordo de paz com os árabes, ocorre um atentado que atinge o presidente americano (Hurt) para desgosto do guarda-costas como o papel de Quaid. Não satisfeitos, terroristas estouram outra bomba ainda mais potente que faz vitimas dentre a população e até uma repórter negra (Zoe).

A história começa a ser contada pelo ponto de vista da diretora de TV (Sigourney) que está cobrindo o evento. Depois o testemunho se passa para o guarda-costas, seguido de um rapaz espanhol (Noriega) que pode ser mocinho ou bandido, por um americano que estava filmando tudo e assim por diante.

O problema num enredo desses é revelar demais, melhor não entrar muito em detalhes. O filme tem várias reviravoltas e é bastante envolvente perto do final, quando optam por uma resolução absurda e boba. Enfim, corre bem, mas derrapa na curva final impedindo-o de ser inteiramente bem sucedido. O diretor Travis é inglês, e veio da televisão, seara em que ganhou o prêmio BAFTA por "Omagh" (2004). O roteirista Barry Levy também veio da TV e este é seu primeiro script produzido no cinema.