Logo após "Tommy" (1975), este outro disco conceitual (ou seja, que conta uma história) do cultuado grupo britânico "The Who", "Quadrophenia", foi também transformado em filme. Só que mais convencional e despretensioso, que usa a música apenas como fundo.
Mostra um ambiente bem conhecido pelos membros da banda (que o co-produziram), a efervescente Londres do começo dos anos 60, em que os Mods (dândis sempre bem vestidos e que andam em lambretas cheias de enfeites e espelhos) vivem brigando nas ruas e bares com os Rockers (vestidos de couro e mais brutos em suas motocicletas).
Ao mesmo tempo eles têm conflitos com as famílias, os empregos e o desajuste em relação à sociedade. Tudo é representado por um jovem mod (o bom Phil Daniels, muito parecido com o líder e mentor do "The Who", Pete Townshend) que busca sua identidade e é meio inconformista dentro do grupo, sofrendo ainda com a paixão por uma moça leviana e insensível (Leslie Ash).
Interessante por mostrar a juventude inglesa dos anos 60, bem menos presente nas telas que a americana, o filme é prejudicado por uma certa falta de calor e emoção, uma história linear e sem grandes lances, dirigida apenas corretamente pelo inglês Roddam. "The Who" aparece na TV, tocando no programa "Ready Steady Go". O cantor Sting, que faz o ídolo dos Mods, Ace Face, tinha papel bem maior e com mais falas. Mas decidiram, com a aprovação dele, cortar a maior parte, tornando o personagem mais misterioso e mítico.