Quando as Metralhadoras Cospem (1976)

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema

Nota: 2

Vindo da publicidade, o inglês Alan Parker ("Fama", "Evita", "Mississippi Em Chamas", "Pink Floyd The Wall") iniciou sua carreira no cinema com esse musical absolutamente único, uma sátira aos filmes de gângster com elenco inteiramente infantil e adolescente (todos com menos de 16 anos), em que os bandidos matam uns aos outros com tortas e metralhadoras que disparam chanttily, nos bares são servidos refrescos e os carros são movidos a pedal.

Mas, naturalmente, originalidade por si só não torna um filme bom. Faltam mais idéias e diálogos melhores no roteiro (do próprio Parker), cuja ação avança penosamente, o elenco é bem irregular (com o destaque indo para a futura estrela Jodie Foster como a sedutora Tallulah, que apesar da pouca idade já era uma veterana com vários filmes no currículo) e a dublagem dos atores-mirins nas canções (cujas vozes são de cantores profissionais adultos) é por vezes sofrível.

Ou seja, era uma idéia interessante, mal desenvolvida devido à inexperiência de Parker. Mas a produção é cuidada, reproduzindo a Nova York dos anos 20 (só que tudo na escala do elenco), e a trilha com canções de Paul Williams (cuja pequena estatura lhe permitiu até fazer uma pontinha no filme) é inspirada e lhe valeu uma indicação ao Oscar.

Fez bastante sucesso no Brasil na época, como "Quando as Metralhadoras Cospem (Chantilly)", ganhando uma certa aura cult. Nem que seja pelo inusitado. Cópia mediana, com digitalização deixando a desejar.