UOL Entretenimento Cinema

Ficha completa do filme

Drama

Rainha Diaba (1974)

Rubens Ewald Filho

Rubens Ewald Filho

Especial para o UOL Cinema
Nota: 3
Rainha Diaba

Depois do sucesso de seu primeiro longa-metragem, "Copacabana Me Engana" (1968), o diretor Fontoura teve que esperar seis anos para realizar esse filme muito violento e com boa direção de arte kitsch do artista plástico Ângelo de Aquino, feito com bom nível técnico pela produtora de Roberto Farias.

Inicialmente interessado em realizar um filme sobre o mundo do tráfico de drogas, que se chamaria "A Guerra da Maconha", Fontoura acabou encomendando um argumento para o dramaturgo Plínio Marcos, que fez essa história (não-assumidamente) inspirada no malandro carioca Madame Satã, recentemente biografado por Karim Ainouz ("Madame Satã", 2002).

Milton Gonçalves ganhou todos os prêmios da época pela caracterização do personagem (e, apesar de ter ficado marcado pelo papel, era apenas a terceira opção do diretor, que chegou a pensar em Agnaldo Timóteo), e realmente está arrepiante numa mistura de afetação, fragilidade e agressividade latente que o personagem transmite durante todo o filme.

Mas todo o elenco está muito bem, com destaque para Nélson Xavier, Odete Lara (mulher do diretor na época) e o muito jovem Stepan Nercessian. Os diálogos, repletos de termos da época, o figurino, exagerado e berrante até pelos padrões da década de 70, e a trilha musical, ajudam a criar o ambiente desse filme muito estilizado e criativo, que lança um olhar curioso e afetivo sobre o submundo gay, realizado numa época em que ainda não era moda explorar os interiores da criminalidade. Excelente edição com áudio e vídeo restaurados.

Compartilhe:

    Siga UOL Cinema

    Sites e Revistas

    Arquivo